Enquanto as empresas lutam para garantir a continuidade dos negócios durante o surto de Covid-19, uma boa liderança, mais do que nunca, é fundamental para manter os negócios avançando e emergindo fortemente diante do desafio atual.
Este é um momento em que o desempenho será julgado pela maneira como uma empresa e sua liderança servem a todos e cumprem um propósito maior - e especificamente como eles atendem aos requisitos e expectativas de seus diversos stakeholders.
Um bom líder deve utilizar os recursos que possui, encontrando maneiras criativas de apoiar as pessoas e comunidades que o cerca. Alguns comportamentos merecem destaque para esse momento de crise. Entre eles:
Trabalho em equipe e cooperação: Especialmente nos níveis que se concentram na busca e valorização da opinião dos outros. Formar uma equipe para lidar com a crise, às vezes incluindo pessoas de fora da empresa. Entender, no entanto, que uma solução a longo prazo requer a contribuição e envolvimento de muitos interessados. Compreender as posições dos outros e as razões para justificá-las, mesmo sob estresse e quando não há consenso.
Calma, coragem e positividade: Líderes devem sentir um senso de urgência e permanecerem serenos. Entregar más notícias quando eles precisam, de uma forma que evite o pânico e forneça um nível realista de esperança para o futuro. Acima de tudo, são corajosos o suficiente para tomar decisões que acreditam ser as mais adequadas, independentemente de serem as mais populares.
Admitem erros: Líderes corajosos que assumem riscos calculados irão, sem dúvida, cometer erros em algum ponto. Crises profundas como a pandemia do coronavirus que estamos passando, exigem tomada de decisão contínua. Líderes fortes estão preparados para admitir seus erros e criar soluções não experimentadas previamente e às vezes até desconhecidas.
Enxergam a realidade: Reconhecem os eventos e seu significado e não se coíbem das consequências do que veem. Integridade intelectual é um componente chave no seu DNA; eles pensam o que é melhor para a organização e para a sociedade, não para seu próprio ganho pessoal.
Múltiplas opções: Quando líderes identificam os problemas, estão dispostos a considerar várias abordagens para solucioná-los. Fazem benchmarking com outros paises e empresas e brainstorming sem julgamento, mesmo que eles tenham uma solução preferida em mente. Claramente, cada situação local é diferente, mas há oportunidades para as empresas aprenderem com outras pessoas em regiões que estão semanas à frente para responder à pandemia.
Priorização e Equilíbrio de curto e longo prazo: Empresas enfrentando um colapso em seus negócios de curto prazo, devem também se concentrar nos preparativos de longo prazo. Em vez apenas de reduzir o número de funcionários, incentivar os funcionários a usar seu tempo para atualizar sistemas internos, melhorar processos, aprimorar habilidades e projetar novos produtos e serviços para estarem melhor preparados para a recuperação.
Inteligência emocional: Nesse cenário crítico da pandemia do coronavírus, as pessoas podem ser tomadas pelo pânico, medo e ter reações exageradas, e até mesmo inapropriadas. Nesse sentido, os líderes devem ser empáticos, acalmar os ânimos e colocar a situação em perspectiva. Devem ter a capacidade de ouvir as pessoas - dentro e fora da empresa, incluindo clientes- com objetividade e compreensão
Adaptação: Nesse cenário VUCA (acrônimo inglês que significa volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade) a única certeza é a da mudança e rápida. Então os líderes precisam ser flexíveis, adaptáveis e se reinventar constantemente. De fato, em um mundo volátil e em rápida mudança, essa abordagem adaptativa das empresas e dos seus líderes deve ser aplicada mais amplamente, além do gerenciamento de crises.
Crucial será as empresas acelerarem seus esforços de transformação digital existentes e capacitar a liderança em competências digitais, incluindo gestão de equipes remotas com eficácia e alto desempenho.
No mundo dos negócios, os KPIs de curto prazo costumam ser a força motriz da tomada de decisões. A produtividade, por exemplo, tem uma tendência de ofuscar muitos outros aspectos importantes dos negócios. Com a desaceleração forçada que a crise do coronavírus trouxe ao mundo dos negócios, os líderes devem reservar um tempo para refletir não apenas sobre os negócios que você faz, mas como eles são realizados. Fazer a si mesmo perguntas como seus processos podem ser fortalecidos ou se é hora de avaliar um novo modelo de negócios. Reavaliar como as coisas estão sendo feitas. Pensar além do curto prazo e tentar coisas novas. Ter visão estratégica.
A crise da pandemia do coronavírus não foi a primeira do gênero. E certamente não será a última que líderes de negócios enfrentarão. Se os líderes não possuem políticas em suas empresas para reagir com eficiência dessa vez, devem começar a antecipar possíveis cenários futuros, relacionados ao COVID-19 e aos que estão por vir.
Os melhores líderes e empresas serão os capazes de transformar a tragédia de curto prazo dessa pandemia do coronavirus que prejudica suas organizações em um senso de propósito e de contribuição social que a melhora a longo prazo.”
Daniela Mindlin Tessler – Sócia da Odgers Berndtson Brasil
É formada em psicologia pela Pontifícia Universidade Católica (PUC / SP), pós-graduada em recursos humanos pela Fundação Getúlio Vargas (FGV / SP) e MBA em Gestão de Negócios pela Fundação Instituto de Empresa (FIA / SP). Possui certificação em Transformação e Gestão Cultural do Barrett Values Center; além de certificação em Coaching Internacional pelo ICI. Com 25 anos de experiência profissional na busca de executivos e como consultora de desenvolvimento organizacional, combinada com a visão de um executivo sênior de recursos humanos, adquiridos em empresas como Fast Shop, JP Morgan, EDS / HP e Korn Ferry, Daniela mantém um relacionamento com acionistas, conselheiros e diretores executivos no Brasil, América Latina e EUA, desenvolvidos em diversos setores e cenários corporativos, como start-up, crescimento, profissionalização, restruturação e integração em fusões e aquisições.
Sobre a Odgers Berndtson Brasil
A Odgers Berndtson, presente no Brasil desde 1999, está entre as maiores empresas de seleção de executivos de alto nível. Conta com 61 escritórios em 28 países. O escritório de São Paulo coordena as operações da Odgers Berndtson na América do Sul, e oferece soluções de gestão de capital humano que vão além desta tradicional atividade, como: Assessment Executivo, Estruturação organizacional, Coaching, Formação de Conselhos etc.
A consultoria reúne em seu time de sócios profissionais com larga experiência em diferentes segmentos do mercado, onde atuaram por anos como executivos sêniores antes de migrarem para a consultoria com foco no desenvolvimento de capital humano.
Desde o início das operações no Brasil, a Odgers já realizou mais de 2.000 projetos para aproximadamente 700 clientes e mais de 1.700 Assessments Gerenciais, auxiliando no desenvolvimento de pessoas e na estruturação de negócios nos mais diversos segmentos.
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