Em 10/03, se comemora o Dia Mundial do Rim. As atividades alusivas à data, que este ano abordam o tema “A prevenção da doença renal começa na infância”, são coordenadas pela Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), com apoio institucional do Conselho Federal de Medicina (CFM). O objetivo das entidades envolvidas no Brasil e no mundo é aproveitar a data para conscientizar a população sobre a importância dos rins para a saúde.
No dia 9 de março, como parte da campanha comemorativa, a SBN, a Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante (ABCDT) e a Federação Nacional das Associações de Pacientes Renais e Transplantados do Brasil (Fenapar), promovem uma ação de conscientização no Congresso Nacional.
Neste dia, das 9h às 17h, enfermeiros e nutricionistas estarão à disposição da população para orientá-la sobre a prevenção da saúde dos rins, aferindo a pressão arterial, medindo a circunferência abdominal e alertando sobre risco cardiovascular. A atividade recebe suporte dos deputados federais Roberto Sales (PRB-RJ) e Vinicius Carvalho (PRB-SP).
No dia 10, no Senado Federal, o senador Eduardo Amorim (PSC-SE) promove uma sessão especial para comemorar a data. Ele tem denunciado à sociedade brasileira os graves problemas enfrentados pelas clínicas de diálise e pelos pacientes.
Segundo a Sociedade Internacional de Nefrologia (ISN) e a Federação Internacional de Fundações Renais (IFKF), a doença renal afeta milhões de pessoas em todo o mundo. “Crianças podem estar em risco, por isso uma detecção precoce é fundamental”, alertam. Em diversos países, estão previstas uma série de atividades que podem ser conferidas em: www.worldkidneyday.org
Contexto – O Dia Mundial do Rim também serve para conscientização sobre a grave crise financeira enfrentada pela nefrologia no Brasil. Parlamentares e instituições brasileiras – incluindo o CFM, que mantém uma Câmara Técnica específica para cuidar dessas questões – têm alertado o poder público sobre a rápida deterioração das condições de atendimento na área.
Em fevereiro, ABCDT, SBN e Fenapar, se reuniram em audiência com o ministro da Saúde, Marcelo Castro, e com os titulares da Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Alberto Beltrame, e da Coordenação-Geral de Média e Alta Complexidade, Maria Inez Pordeus Gadelha, além da senadora Ana Amélia (PP-RS), para fazer este alerta.
Segundo a SBN, apesar de o ministro reconhecer que o valor pago pelo Sistema Único de Saúde (SUS) pela sessão de hemodiálise está muito defasado, foi enfático em afirmar que o Ministério não possui recursos para qualquer tipo de reajuste. Os senadores Eduardo Amorim (PSC-SE) e Ana Amélia (PP-RS) insistiram na necessidade de uma correção emergencial para amenizar a grave crise enfrentada pelas clínicas de diálise prestadoras de serviço ao SUS. Castro se comprometeu a conversar com a presidente da República, Dilma Rousseff, para tentar conseguir recursos.
A Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) aponta que muitas unidades de diálise têm fechado ou solicitado o descredenciamento do Sistema Único de Saúde (SUS), aumentando ainda mais o número de pacientes hospitalizados aguardando vaga de diálise, principalmente nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Soma-se a isso a inadimplência das clínicas de diálise com as empresas fornecedoras de insumos que, devido à falta de pagamento, têm se recusado a fornecer os materiais necessários para a realização das sessões de hemodiálise.
“Segundo o último Censo da SBN, houve um aumento de 34% no número de clínicas com um crescimento importante do número de pacientes/clínica. Apenas 7% dos municípios brasileiros têm serviços de Terapia Renal Substitutiva (TRS)”, ressalta Carmen Tzanno, presidente da Sociedade.
Outro grave problema é que a diálise peritoneal está em risco, pois devido ao represamento dos preços das soluções, praticado pelo Ministério da Saúde por mais de 13 anos, as empresas fornecedoras limitaram o acesso de novos pacientes ao tratamento. Devido ao verdadeiro “apagão” da Terapia Renal Substitutiva (TRS), foi solicitado, pela SBN, em caráter emergencial, a equiparação do valor da sessão de hemodiálise dos pacientes soronegativos (R$ 179,03) para o mesmo valor pago às sessões de hemodiálise para pacientes soropositivos para hepatite B e C e HIV (R$ 265,41), com a adoção do uso único de filtros capilares e linhas vasculares para todos os pacientes, visando a segurança e a sustentabilidade financeira das clínicas (Com informações da SBN, Agência Senado e Câmara Notícias)
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