De Olho na Segurança Pública - Índices de criminalidade elevados, população insegura, e tudo continua igual
A imprensa divulgou na segunda-feira, 25, novos dados contendo velhas informações sobre a violência em São Paulo. Os índices de criminalidade na capital e no estado paulista cresceram pelo sétimo mês consecutivo. O número de latrocínios na cidade de São Paulo, por exemplo, dobrou no primeiro bimestre deste ano. O número de homicídios também cresceu (clique aqui).
Também no dia 25, uma pesquisa do Datafolha revelou que 71% da população não confia na política de segurança pública desenvolvida pelo governador Geraldo Alckmin. Três em cada quatro paulistanos acredita que o governo esconde informações sobre a escalada da violência no Estado (clique aqui).
A Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, na luta pelos interesses da sociedade, vem insistentemente levantando os problemas dessas questões. Em contrapartida, a Secretaria da Segurança Pública tenta esconder os fatos (clique aqui). Porém, as informações verdadeiras vêm à tona novamente e comprovam a falência do sistema de segurança paulista.
Registre-se que as "pequenas conquistas" de 2011, enumeradas pela Secretaria da Segurança Pública na reportagem, são frutos do árduo trabalho de convencimento promovido pela Adpesp e não por reconhecimento do governo, como parece na nota. Ademais, se com tais conquistas alcançamos o 25º lugar no ranking salarial, qual seria nossa posição sem elas?
É evidente que o aumento da violência está relacionado à falta de incentivo que o Delegado de Polícia, primeiro garantidor dos direitos do cidadão, recebe do governo do estado. Por conta das péssimas condições de trabalho oferecidas, entre as quais se encontra o baixo salário (25º lugar no ranking salarial entre os 27 entes federados), há uma debandada de Delegados para outros Estados ou outras carreiras jurídicas.
A falta de Policiais Civis em todas as carreiras, a inexistência de perspectivas na carreira e a impossibilidade absoluta de se investigar os crimes, exceto quando explorado pela mídia, que determina quais os crimes serão investigados, robustecem o lamentável cenário. Sem contar com a escravidão permanente na equivocada cultura do "delegado de balcão" e o investimento maciço na Polícia Militar em detrimento da Polícia Civil, que amarga ainda o sucateamento e o descaso de décadas. Poderíamos esperar resultado diferente?
Como sempre, a sociedade paga a conta. Como sempre, pagamos todos nós!
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