A ETE São João é a primeira das cinco estações previstas no município. Até 2012, a cidade pretende tratar 73% do esgoto coletado
Guarulhos, na Grande São Paulo, inicia um ambicioso programa no setor de Saneamento Básico, que prevê o tratamento de 73% de todo o esgoto coletado no município até 2012. O primeiro passo foi dado na manhã desta segunda-feira (27), quando entrou em operação a primeira das cinco estações previstas, na região do São João, zona leste da cidade. “A implantação de um sistema efetivo de tratamento de esgoto é hoje prioridade em nossa cidade. Fizemos um acordo com o Ministério Público e vamos cumpri-lo à risca”, afirmou o prefeito de Guarulhos, Sebastião Almeida.
A ETE São João tem capacidade para tratar 15% do esgoto coletado na cidade, beneficiando diretamente 195 mil moradores de bairros como São João, Presidente Dutra, Parque São Luís, Jardim Maria Dirce, Lavras, Jardim Hanna, Jardim Maria Clara, Cidade Soberana, Inocoop, Ponte Alta, entre outros. Com a entrada em operação do primeiro módulo da ETE São João, é possível tratar até 200 litros de esgoto por segundo.
A região do São João recebeu 6 quilômetros de coletores-tronco e 1 quilômetro de interceptores, e teve a rede coletora de esgoto expandida. Nos próximos meses, o Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) deverá ampliar o sistema, inclusive com a implantação de estações elevatórias (unidades de bombeamento), aumentando gradativamente o volume de esgoto efluente levado à estação. As obras da ETE São João foram iniciadas em julho de 2009 pelo Consórcio Serveng/Engeform, formado pelas empresas Serveng Civilsan S.A e Engeform Construções e Com. Ltda, que venceu processo de licitação realizada pelo Saae.
Plano Diretor
O Programa de Tratamento de Esgoto da Prefeitura de Guarulhos é realizado com recursos próprios e do Governo Federal. No total, foram destinados R$ 318 milhões. Por meio do programa, já foram implantados 160,24 quilômetros de redes coletoras e 29,08 quilômetros de coletores-tronco, linha de recalque e interceptor. As obras da nova estação de Bonsucesso estão em andamento e devem ser concluídas até o final do ano.
Os projetos foram desenvolvidos com base no Plano Diretor do Sistema de Esgotamento Sanitário (PDSE), elaborado pelo Saae em 2003/04. Esse estudo considera o crescimento urbano até 2028.
Tecnologia de tratamento contempla custo-benefício e otimização da operação
O processo das Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) de Guarulhos – tanto a São João como a Bonsucesso – agrega o que há de mais moderno e inovador: o Sistema de Desinfecção do Efluente Final por Ultravioleta (UV), que faz com que nenhum tipo de resíduo seja despejado no córrego, minimizando os impactos ambientais; e o Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente (Rafa), mais eficiente que o processo convencional (decantador primário). O tratamento é biológico, do tipo lodos ativados, precedido por Rafa.
Entre as principais unidades que compõem a ETE, destacam-se: Tratamento Preliminar (unidades de gradeamento e desarenadores); Reatores (Rafa); Tanques de Aeração; Decantadores Secundários; Sistema de Desidratação de Lodo; Sistema de Desinfecção do Efluente Final por Ultravioleta (UV); e Sistema de Pós-Aeração. A proposta de adoção dessa tecnologia levou em conta a necessidade de garantir tratamento adequado, além de uma otimização em termos de aspectos operacionais e do custo-benefício apresentado pelo sistema..
O Sistema de Rafa permite economia de energia elétrica e de mão-de-obra. Este sistema também resulta em: menos geração de lodo; mais remoção de matéria orgânica; geração de biogases, que podem ser convertidos em créditos de carbono. Já o Sistema de Desinfecção por UV é mais seguro que o Sistema de Desinfecção por Cloro, que faz uso de gases que podem causar intoxicação, caso não seja manuseado corretamente. Além disso, no Sistema de Desinfecção por Cloro existe o risco de formação de compostos cancerígenos.
Aproximadamente dez funcionários vão atuar na operação das ETEs São João e Bonsucesso (em cada uma). No primeiro ano de funcionamento, o Consórcio executor das obras das ETEs será responsável pela operação.
Origem dos equipamentos
Bombas e misturadores: Suécia
Sopradores do Sistema de Aeração: Alemanha
Sistema de Desinfecção por UV: Canadá
Demais equipamentos: Brasil
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