Muitos hospitais, clínicas e laboratórios inseriram as chamadas revisões periódicas de saúde (checkup) na relação de serviços oferecidos. Porém, para quem e quando essa bateria de exames e testes laboratoriais deve ser indicada já que a solicitação, de forma indiscriminada, aumenta demasiadamente o volume de checkups, gerando altos custos que poderiam ser evitados?
“Para cada etapa e cada faixa etária existem recomendações específicas sobre quais exames e testes mais indicados devem ser solicitados ao paciente. Uma proposta única para todo e qualquer pessoa é inapropriada e ineficiente. Cada caso possui suas particularidades, a medicina não é uma ciência exata e os doentes, bem como as doenças, oferecem ao médico características variadas”, revela o médico Luiz Eduardo Rossi Campedelli, do Hospital Israelita Albert Einstein.
Dr. Campedelli acredita que a discussão a respeito da prevenção de doenças cresce em larga escala na sociedade, sendo cada vez maior o número de pessoas que procuram por médicos a fim de um acompanhamento profissionalizado. “O avanço tecnológico também tem sua contribuição. Hoje, através da internet, qualquer pessoa realiza uma pesquisa a respeito de qualquer assunto e recebe, em questão de segundos, um apanhado de respostas, nem sempre fidedignas, e isso faz com que ela busque auxílio especializado”, diz.
O médico revela ser de fundamental importância criar uma relação de confiança entre médico e paciente. “A facilidade com que se obtêm informações nos dias atuais faz com que muitos pacientes questionem a conduta do profissional, por exemplo. Outro detalhe está relacionado à quantidade de pedidos de exames. Infelizmente, muitas pessoas acreditam que quanto mais testes forem solicitados, melhor é o médico; enganam-se profundamente!”, afirma o profissional.
“Uma avaliação periódica de saúde deve ser realizada por todas as pessoas, desde a adolescência, passando por toda a vida adulta, até a velhice. Mas isso não significa a realização de um checkup anual em cada uma dessas pessoas. É preciso analisar caso a caso. Um indivíduo, por exemplo, por volta dos 40 anos, fumante, sedentário, com sobrepeso e casos antecedentes de infarto na família, precisa de uma atenção muito maior do que outro na mesma faixa etária, mas que, por sua vez, não fuma, pratica exercícios físicos, está dentro do peso indicado e não possui familiares com histórico de problemas cardíacos. Sendo assim, não há porque tratar os dois com o mesmo rigor”, finaliza Dr. Campedelli.
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