Apesar da Copa do Mundo e das eleições, empresas suíças que atuam na área hospitalar têm boas perspectivas para o mercado brasileiro ainda neste ano. Participantes da 17ª edição da “Hospitalar 2010” (feira internacional de produtos, equipamentos, serviços e tecnologia para hospitais, laboratórios, farmácias, clínicas e consultórios), essas companhias apontam a melhora do poder aquisitivo da população como um dos fatores que justificam a empolgação.
Marcelo Soares, da SOB Schurter, que foca o mercado interno e espera crescer 18% neste ano, afirma que a ascensão das classes D e C provoca impacto nos negócios, pois há maior geração de demandas e o público passa a buscar mais qualidade. Cita ainda a elevação das exportações pelas empresas que são clientes da SOB. “Fornecemos componentes que lhes possibilitam atender normas de segurança e de qualidade exigidas”, diz. Assim, segundo ele, esses clientes estão alcançando nível de qualidade suficiente para exportações. Na feira, a empresa, que participou pela quarta vez do evento, apresentou módulos e filtros de linha para redução de ruídos – por exemplo, eletromagnéticos.
Gerente comercial da Eritel Telecomunicações, que representa a Ascom, Osvaldo Kieling também cita a melhora do poder aquisitivo da população brasileira. “O mercado nacional está evoluindo e passando a compreender que terá de fazer investimentos mais inteligentes. Não temos os equipamentos e produtos mais baratos do mercado, mas ressaltamos a necessidade de observar o valor e não o preço e entender melhor a relação entre investimento e retorno”. A expectativa da companhia, que apresentou o “teleCARE IP” (sistema de chamadas de enfermagem) na feira, é crescer 10% no Brasil em 2010.
Na “Hospitalar 2010”, a Hocoma, empresa de tecnologia médica, fechou parceria com seus cinco primeiros distribuidores no Brasil – Amazonas, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Rio de Janeiro, segundo o assessor financeiro Sérgio Fasano. O comando da empresa, que está na Suíça, ainda deve aprová-la. Ele pondera que as expectativas em relação ao mercado brasileiro estão atreladas às resoluções editadas pela ANVISA. Em um cenário positivo, a companhia estima vender entre 20 e 30 unidades do “Lokomat” (ortose dirigida para o andar). Em um cenário negativo, seis unidades. Cita a possibilidade de o Brasil se tornar a quinta economia mundial.
Arnaldo Elbers, gerente de vendas da Lemo, também afirma que “as perspectivas são boas”, apesar das eleições e da Copa do Mundo. Segundo ele, um sinal positivo é que os clientes já solicitaram 500 propostas/ cotações até meados deste ano – contra 300 no primeiro semestre de 2009. Ele destacou que, para a Lemo, a feira foi importante para reforçar a marca da empresa.
Adriano Gabriele, da Venosan (fabricante de meias compressivas), relata que, no evento, representantes da Argentina, Bolívia, Paraguai, Uruguai, Alemanha e Estados Unidos demonstraram interesse na distribuição e comercialização de produtos da empresa em seus países. Destacou também a presença de visitantes de outros estados brasileiros. “Segunda principal do mundo, a Hospitalar é uma vitrine para a sociedade em geral e mostra que o Brasil está forte nesse segmento”.
A Infomed, especialista em fabricação de dispositivos de purificação de sangue, avaliou positivamente a sua primeira participação na feira. Porém, a representante da empresa, Carole Negrevergne, pontua que o Brasil está nos planos da Infomed, embora efetivamente a partir de 2012. Outros países da América Latina oferecem mais facilidades no que tange a registros de produtos. A Suíça e o Chile mantêm um acordo de livre comércio, por exemplo.
Também novata na “Hospitalar”, a Atamed, que produz ataduras elásticas e compressivas com finalidade profiláxica, medicinal e esportiva, fez um balanço positivo. Serge Kreis afirma que a empresa pretende “abrir o leque” a partir deste ano, “atacando hospitais e mercado farmacêutico e participando de licitações públicas”. As vendas vinham ocorrendo diretamente para os médicos e em escala reduzida.
Especialista na área de cuidados com diabetes e fornecedora de sistemas de injeção para automedicação, a Ypsomed também participou do evento, onde fez diversos contatos, especialmente com representantes de outros países da América Latina, cumprindo assim seu objetivo. A empresa tem mais de 25 anos de experiência relacionada a diabetes, oferecendo bombas, sistemas de injeção e canetas de insulina – produtos que servem também para o tratamento de distúrbios do crescimento e infertilidade.
Swisscam – As oito empresas participaram da “Hospitalar 2010” a convite da Câmara de Comércio Suíço-Brasileira (Swisscam). Pelo sétimo ano consecutivo a entidade realizou projeto na área hospitalar para apresentar os produtos suíços e aumentar o comércio bilateral e transferência de tecnologia entre a Suíça e o Brasil. “Crescemos 33% em relação a 2009 no que tange ao número de participantes, os quais puderam fortalecer suas marcas entre os profissionais de saúde brasileiros e estabelecer novos contatos e parcerias”, diz Hanna Weisskopf, responsável pela área de desenvolvimento de negócios da câmara. A feira terminou na última sexta (28), em São Paulo (SP). A Suíça ocupa o 15° lugar no ranking das importações brasileiras.
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