Considerado um raro exemplar de residência urbana do século XVIII, o prédio Solar da Marquesa de Santos, que pertenceu à Maria Domitília de Castro Canto e Melo, entre os anos de 1834 a 1867, está sendo reformado pela Prefeitura. Nesta segunda-feira (19), o prefeito Gilberto Kassab acompanhou a execução da obra, ao custo de R$ 2,3 milhões, sendo 80% investidos pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e 20% pela administração municipal.
O restauro do Solar da Marquesa de Santos faz parte do Projeto Revitalização do Centro, e foi iniciado em 2008. "Tão importante quanto a recuperação deste prédio histórico e turístico da cidade de São Paulo é o projeto da nossa gestão de recuperação de todos os nossos equipamentos culturais vinculados à Secretaria da Cultura, que inclui as reformas das bibliotecas, dos teatros e de prédios históricos", afirmou Kassab.
Localizado na rua Roberto Simonsen, o Solar da Marquesa de Santos, ao lado de outras edificações no quadrilátero do Páteo do Colégio, ajudou a formar as primeiras ruas da cidade. O prédio passou por várias intervenções ao longo de sua história. Em 1880 foi transformado no Palácio Episcopal, em 1909, virou sede da The São Paulo Gaz Company - que posteriormente passou a se chamar Comgás. No ano de 1975 tornou-se sede da Secretaria Municipal de Cultura. Em 1991, teve início a primeira reforma, executada para resgatar a caracterização original do imóvel.
O pavimento superior do Solar conserva até hoje paredes de taipa de pilão e pau-a-pique do século XVIII, e mantém características ambientais das intervenções do século XIX, como forros apainelados, pinturas murais e artísticas e pisos assoalhados, entre outras.
O Solar abriga atividades museológicas e será a sede do Museu da Cidade de São Paulo, composto por 12 edificações espalhadas na Capital: 1 - Casa Modernista (localizada na rua Sta. Cruz); 2 - Solar da Marquesa de Santos e 3 - Casa da Imagem (ambas no centro); 4 - Beco (constituído por uma ruazinha de pedra, ao lado do Solar); 5 - Monumento à Independência e 6 - Casa do Grito (ambos no Ipiranga); 7 - Casa do Bandeirante (Butantã); 8 - Casa do Sertanista (Caxingui); 9 - Capela do Morumbi (Morumbi); 10 - Sítio Morrinhos (Jd. São Bento); 11- Casa do Tatuapé (Tatuapé) e 12 - Sítio da Ressaca (Jabaquara).
Tela do arcervo do Museu Histórico Nacional - RJ>>
Domitilia conheceu Dom Pedro 1º pouco antes da Proclamação da Independência. O imperador, após realizar uma viagem a São Paulo, convidou-a para morar no Rio de Janeiro, em um palacete que foi adaptado e decorado de acordo com as suas preferências.
A união extraconjugal com o responsável pela Independência do Brasil, que durou sete anos, deu outros cinco filhos à Marquesa _um menino natimorto (1823), Isabel Maria de Alcântara Brasileira (1824), Pedro de Alcântara Brasileiro (1825), morto antes de completar um ano, Maria Isabel de Alcântara Brasileira (1827), que morreu com nove meses e Maria Isabel 2ª de Alcântara Brasileira, que somente foi reconhecida por D. Pedro às vésperas da morte do imperador.
Domitila, então, deixou o Rio de Janeiro e voltou a morar em São Paulo, onde se casou com o brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar, com quem teve outros quatro filhos. No dia 3 de novembro de 1867, a Marquesa de Santos morreu em São Paulo e foi enterrada no Cemitério da Consolação, cujas terras foram doadas por ela à cidade.
Em São Paulo, a Marquesa de Santos dedicou os seus últimos anos a ajudar os pobres, doentes e estudantes. Rica e com muito prestígio político, recebia as principais personalidades da vida acadêmica e cultural de São Paulo em sua casa, um "solar" muito elegante e luxuoso, comprado em 1834.
Construído na segunda metade do século 18, a residência ficou mais conhecida como o "Solar da Marquesa". Depois da sua morte, o solar abrigou o Palácio Episcopal e sede de companhias de gás.
Foto: Marquesa de Santos com seus netos > >
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