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quarta-feira, 7 de abril de 2010

Exposição "Desfiar arte. Desvestir corpos" de 6 a 30 de abril


Fotos: João Paulo Barbosa

A artista plástica Helena Lopes traz a São Paulo a inédita exposição “Desfiar arte. Desvestir corpos” em três séries produzidas especialmente para a mostra. Serão apresentadas 24 pinturas-decalques sobre finíssimo papel japonês tenjugo 10 g/m2, criadas a partir de uma folha de Monstera, planta popularmente conhecida como costela-de-adão, que figura como o elemento estruturador da sua obra. A mostra acontece na galeria Arte Infinita, de 6 a 30 de abril, com entrada franca.

Nanquim, tinta acrílica, neutrol, fios, alguns feitos com pó do cerrado, e impermeabilizantes são utilizados nas obras. Na série preto e branco, o nanquim, uma tinta fluída, é depositado sobre o papel e vai se espalhando até o limite demarcado pela aplicação do impermeabilizante. As áreas demarcadas, claro e escuro, se justapõe e se expandem através das sombras que emergem entre esses espaços, enriquecendo a composição.

Já na série azul, a imagem é criada com o uso de uma espessa camada de tinta acrílica. Aberturas, buracos e rasgos oxigenam o espaço e provocam um jogo de forças entre a transparência do papel e o impasto da tinta, sugerindo que a imagem quer sair do seu espaço bidimensional. “Um sutil fio feito com pó vermelho do cerrado é usado para completar a composição, estabelecendo divisões espaciais que surpreendem o espectador pelo aspecto quase infrareal”, explica Graça Ramos, curadora da exposição.

Nas caixas-varal, outra série da exposição, o papel é tratado com impermeabilizante e pó do cerrado antes de receber a imagem. Partes da Monstera foram recobertos com neutrol e transferidos para o papel com o auxílio de um ferro de engomar. Os materiais se fundem pelo calor, recriam as formas e são dependuradas no varal como vestimentas depois de engomadas.

“A obra de Helena Lopes concentra-se na provocação ao despojamento. A série de pinturas-decalques apresentada nesta exposição configura uma imagética de regresso à pele do corpo e, em deslocamento crítico, à da arte. O conjunto dos trabalhos estimula a reinterpretação de antigas construções simbólicas que levaram ao excesso de vestimenta e, por desvio semântico e rigor poético, indagam sobre as inúmeras texturas do fazer artístico”, conclui Graça Ramos.

Helena Lopes - Paulistana, moradora de Brasília há 35 anos, começou sua carreira na década de 70 quando ingressou no curso de Artes Plásticas da Universidade de Brasília (UnB). A artista já participou de mais de 30 exposições individuais e coletivas, como expositora ou curadora. Internacionalmente, suas obras estiveram expostas em eventos em Londres, Havana, Miami, Porto Rico e Cidade do México.

Serviço
“Desfiar arte. Desvestir corpos”
Dias: 6 a 30 de abril
Horário: Segunda a sexta, das 10h às 18h. Sábados, das 10h às 14h.
Local: Galeria Arte Infinita – www.arteinfinita.com.br – (11) 3032-3151
Endereço: Rua Mateus Grou, 629.
Entrada franca

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