O diagnóstico de câncer de pulmão poderá ser feito, em breve, através de uma maneira mais rápida e barata. Pesquisadores israelenses desenvolveram uma espécie de “bafômetro” capaz de detectar tumores no pulmão, inclusive em estágio inicial. A expectativa é que o aparelho ajude a salvar mais vidas por meio da identificação precoce da doença.
A nova ferramenta de diagnóstico foi apresentada esta semana na revista Nature Nanotechnology. Por meio da respiração, o aparelho registra altas concentrações de certos compostos orgânicos considerados biomarcadores do câncer de pulmão. Em pessoas saudáveis, a concentração desses compostos é de uma a 20 partes por bilhão (ppb). Já em doentes, as taxas atingem de 20 a 100 ppb.
O “bafômetro” desenvolvido pelos pesquisadores israelenses contém uma espécie de tela com sensores feitos de nanopartículas de ouro. Quando o ar expirado pelo paciente bate nos sensores, sinais elétricos são emitidos para um computador que monitora o sistema. Como cada biomarcador tem um efeito específico sobre os sensores, é possível distingui-los pela intensidade dos sinais. Assim, o médico pode checar rapidamente se há ou não células cancerosas no pulmão do paciente.
Voluntários com idades entre 28 e 60 anos testaram a eficácia do aparelho. No total, 96 pessoas participaram do exame: 56 eram saudáveis e 40 eram pacientes diagnosticados com câncer de pulmão por meio de métodos tradicionais. Os testes comprovaram a eficácia do aparelho para o diagnóstico rápido e não invasivo do pulmão. Um dos autores do estudo, o engenheiro químico Hossam Haick, do Instituto de Tecnologia de Israel, declarou ao jornal inglês Telegraph que os resultados do exame podem ser obtidos em apenas dois ou três minutos.
O grupo israelense prevê que os sensores de ouro, depois de aperfeiçoados, poderão servir para diagnosticar outros problemas, como falência renal e câncer de cólon. Haick espera que no futuro o aparelho seja usado nos hospitais como exame de rotina para todos os tipos de câncer. Isso permitiria a identificação precoce da doença e aumentaria as possibilidades de tratamento eficaz. “Os aparelhos desenvolvidos devem ser relativamente baratos, portáteis e acessíveis para uso difundido em triagem, o que os torna potencialmente valiosos no salvamento de milhões de vidas todo ano”, conclui.
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