Edison Cunha *
Na agenda dos empresários do segmento de seguro-saúde, vários tópicos ocupam espaço para discussão: aumento da sinistralidade decorrente de procedimentos mais onerosos e recentes epidemias, conformidade com as exigências da ANS (Agência Nacional de Saúde), portabilidade dos planos, geração de caixa, inadimplência, crescimento versus consolidação, dentre outros itens.
Todas estas questões merecem pelo menos o esclarecimento do que precisa ser feito para conviver com as mudanças que ocorrem no segmento e também no próprio sistema de gestão e comercialização do negócio. O fato é que a rapidez e eficiência nos diagnósticos de doenças crônicas e a assertividade dos tratamentos com medicamentos mais eficazes convivem agora com a escassez de recursos na área.
O atendimento às resoluções da agência reguladora cria um conflito de interesses entre os prestadores de serviços e os usuários finais, impactando diretamente no desempenho das empresas de menor escala de atendimento, que se veem obrigadas a abrir espaço para os competidores mais bem estruturados à nova realidade, tendendo, assim, a desaparecer do mercado de saúde inúmeros players.
Neste cenário de aparente indefinição no segmento, a dúvida que assola os empresários é crescer e adquirir musculatura para competir ou consolidar as operações a um nível adequado de sobrevivência.
Sem dúvida, o interesse maior de cada empresário é continuar crescendo de forma sustentável e, para tanto, planejar este crescimento se faz necessário. O exercício de reflexão estratégica passa por estabelecer uma visão externa do mercado e uma visão interna das competências que a organização deve ter para competir.
Começando pelo ambiente externo, é necessário monitorar os aspectos que impactam no desempenho do setor, tais como: perspectivas de crescimento, evolução da renda per capita da população abrangida, índices macroeconômicos e fatores inerentes à competição, incluindo a concorrência, política de preços, canais de venda, potenciais nichos de mercado e escopo de atuação geográfica.
De posse destas informações, alguns questionamentos deverão ser formulados para definir a estratégia a ser seguida. E isso passa pela definição dos mercados-alvo, os clientes potenciais em cada segmento, o tamanho do mercado, as tendências econômicas e tecnológicas, os competidores existentes no mercado-alvo, os players emergentes, dentre outras informações.
Com esta visão de mercado e demais variáveis, é possível a formulação de uma estratégia visando o aproveitamento das oportunidades ou na conquista de clientes insatisfeitos com os concorrentes.
Entretanto, a organização deve estar preparada para este crescimento e isto significa torná-la mais ágil, ter equipes preparadas para administrar a mudança, conhecer suas competências essenciais e alavancar seus pontos fortes quando as oportunidades surgirem.
Para tanto, deverá promover uma reestruturação nos processos de atendimento, agilizando as decisões, estabelecendo metas de desempenho alinhadas à estratégia, integrando as informações fazendo uso da tecnologia e automação, redimensionando recursos e atuando no controle e redução dos custos e despesas, principalmente no momento em que experimentar o crescimento.
Um ponto em comum em todas as organizações que vêm conseguindo bons resultados é a profissionalização de suas administrações, assunto que adquiriu importância no setor de saúde nos últimos anos.
As recompensas que advém de uma reflexão estratégica são várias e as empresas que não se sentem preparadas para conduzir este processo tem buscado apoio na consultoria para atuar como facilitadora, provedora de metodologias e integradora das idéias que fluem durante todo este exercício. Assim, quem pretende mudar uma organização deve procurar conhecê-la, descobrir sua identidade, sua cultura e seus valores, sem procurar impor modelos pré-concebidos.
* Edison Cunha é diretor de operações da Trevisan Consultoria.
E-mail: edison.cunha@trevisan.com.br
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