Ao primeiro sinal de sensibilidade à luz é preciso procurar um oftalmologista. Fotofobia não é doença, é sintoma e sua causa precisa ser investigada e eliminada o quanto antes, pois pode indicar retinoblastoma
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o retinoblastoma é responsável por 3% dos tumores que acometem crianças e é normalmente diagnosticado até os três anos de idade. Retinoblastoma é a denominação de uma enfermidade que se manifesta nos olhos e se origina das células da retina (membrana ocular sensível à luz, e onde se formam as imagens transmitidas ao cérebro). O retinoblastoma, apesar de pouco falado, não é raro e é reconhecido como o tumor ocular mais comum a se manifestar na infância, e pode ser hereditário.
Um dos sintomas de detecção do retinoblastoma é a fotofobia, forte sensibilidade dos olhos à luz, que pode ser uma reação corriqueira do organismo ao excesso de luminosidade, mas também pode sinalizar problemas mais sérios.
Crianças - Em crianças, a aversão à luz pode ser indício do retinoblastoma, um tumor que se manifesta na retina, "mas este não é o único, nem o principal sintoma", tranquiliza o especialista do Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB) no tratamento desta enfermidade, o oftalmologista André Hamada. Ele aconselha sempre atenção dos pais aos sinais e uma investigação com acompanhamento oftalmológico quando notarem alguma estranheza no comportamento da criança em relação à luminosidade.
Fotografia - "No caso do tumor, a fotofobia é apenas um dos sintomas. Além dele e mais importante é a presença de reflexos brancos nos olhos, perceptíveis em fotografias, e do estrabismo (alteração ocular que desalinha os olhos em diferentes posições)", esclarece Hamada.
Cura - A Sociedade Americana contra o Câncer (ACS) estima que 90% dos casos de retinoblastoma são curados quando diagnosticados cedo. De acordo com Hamada, "os pais que tiveram histórico familiar de retinoblastoma devem realizar o exame de fundo de olho em seus filhos assim que nascerem para diagnosticar precocemente alguma alteração e garantir o sucesso do tratamento".
O retinoblastoma pode acometer um ou ambos os olhos e é bastante agressivo, podendo invadir o nervo óptico e o sistema nervoso central, nestes casos, sim, com consequências mais radicais para o portador. Pode, ainda, determinar metástases (transferência da afecção para outras partes do organismo, dando origem a tumores secundários). Por este motivo a doença deve ser diagnosticada o quanto antes. Quanto mais tarde for diagnosticado e tratado o retinoblastoma, menores as chances de preservação da visão do olho afetado.
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