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domingo, 31 de janeiro de 2010

Mais uma alternativa contra o cigarro

Combate ao tabagismo pode ser realizado através do Balão Intragástrico

Sensação intensa e prolongada de saciedade proporcionada pelo Balão gera uma fonte alternativa de prazer ao organismo e ameniza a vontade de fumar

A colocação de Balão Intragástrico é uma técnica auxiliar na perda de peso indicada a pessoas que estão no sobrepeso, na obesidade leve ou obesidade moderada. Procedimento minimamente invasivo, ele tem como princípio diminuir a cavidade gástrica, já que ocupa lugar no estômago e transmite à pessoa sensação de saciedade, levando o paciente a uma menor ingestão de alimentos e, portanto, perda de peso. Introduzido por via endoscópica e sem a necessidade de intervenção cirúrgica, o Balão pode permanecer no estômago por até seis meses.

Além da ajuda na perda de peso e consequente benefício para a saúde, outro fator positivo é a possibilidade de o Balão auxiliar o paciente a parar de fumar. “Para chegar a essa conclusão, é preciso entender o funcionamento de nossa digestão e da relação cerebral entre comer e fumar. A ação do tabaco mimetiza a liberação de substâncias que geram prazer ao organismo. A presença do balão no estômago gera efeito de saciedade, que também libera tais substâncias prazerosas no corpo, e é aí que o tratamento se interpõe ao fumo, pois ambos acabam gerando uma fonte alternativa de prazer e saciedade”, revela o médico Dr. Luiz Eduardo Rossi Campedelli, do Hospital Israelita Albert Einstein.

Ele complementa: “É claro que o Balão por si só não é capaz de tal feito. Para parar de fumar definitivamente o paciente precisa de muita motivação e força de vontade, já que ainda não foi descoberta uma maneira para cessar com o tabagismo sem a necessidade de grande esforço por parte do fumante”, afirma Dr. Campedelli.

Quando questionado sobre a possibilidade de o paciente substituir o cigarro por alguma outra compulsão, o médico é bastante direto. “A sensação de plenitude gástrica e de prazer do tabagismo geram a mesma linguagem no organismo. E esse prazer desenvolvido no corpo pode não ser contido e virar um transtorno compulsivo. Qualquer pessoa portadora de uma compulsão pode substituí-la com grande facilidade. É por esse motivo que o tratamento deve ser acompanhado por uma equipe multidisciplinar, incluindo o acompanhamento psicológico, já que o paciente passará por transformações marcantes e deverá adquirir novos hábitos para que não haja perda no resultado do tratamento a longo prazo”, finaliza.
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