Uma doença mais comum do que muita gente pensa e que interfere diretamente na vida social e econômica de cerca de 1,8 milhão de brasileiros é a gagueira. Caracterizada por uma interrupção na fluência verbal, a gagueira se manifesta através de quadros involuntários de bloqueios, prolongamentos e repetições de sons ou sílabas durante a fala.
Quem nunca se deparou com um colega ou algum parente que, com grande dificuldade, conseguia terminar uma simples palavra durante a conversa, tornando-se motivo de chacota para os demais? A fonoaudióloga Aline Mara de Oliveira, especialista em voz, da Santa Casa de São Paulo, explica que situações desse tipo se tornam extremamente constrangedoras para quem sofre da doença, uma vez que pelo fato de não conseguir concluir o raciocínio através da fala, o indíviduo é tomado por uma ansiedade exacerbada, aumentando assim os sintomas da doença. “Sabemos que fatores psicológicos são grandes influenciadores da gagueira, podendo desencadear um quadro que antes não existia”, diz.
Geralmente a gagueira se manifesta na infância, durante a fase do desenvolvimento da linguagem, envolvendo fatores psicológicos. Casos de traumas familiares como brigas dos pais, por exemplo, são algumas das causas que desencadeiam a doença. Mestranda em Linguística pela Universidade de São Paulo (USP), Aline esclarece que para a maioria dos casos, o tratamento deve envolver todos os membros da família e que, quanto mais cedo diagnosticado o problema, mais rápido pode se chegar à cura.
O gago, numa tentativa de compensar a ansiedade em razão da gagueira, pode ser acometido por movimentos musculares involuntários. Piscar os olhos, levantar os ombros ou morder os lábios estão entre os tiques mais frequentes identificados entre os portadores da doença, ligada diretamente ao processo de fala e pensamento.
Pessoas com casos de gagueira na família devem ficar atentas, pois se sabe que a tendência para gaguejar é transmitida geneticamente. Mas atenção, isso não implica que indivíduos com casos na família desenvolvam a doença. Para manifestar-se, a gagueira depende do ambiente em que a pessoa vive.
Tratamento
O tratamento nunca deve focar apenas no fator fisiológico da doença. Gagos não apresentam a interrupção da fluência verbal quando cantam ou então quando encenam algum personagem no teatro. Isso mostra que o problema não está apenas na estrutura funcional da voz. Aline explica que o tratamento da doença deve partir sempre da descoberta do fator desencadeante da gagueira para cada indivíduo. “Saber a causa que permitiu a manifestação da gagueira é fundamental para o tratamento”, lembra.
Com o adulto, o tratamento consiste em trabalhar a consciência fonológica do paciente, desenvolvendo a imagem de bom falante. Para isso, simulam-se situações onde o gago se depara com um desafio como falar em público, por exemplo, além de exercícios para a musculatura que envolve o processo da fala. No caso das crianças, é fundamental que a família se envolva com o tratamento e evite o ambiente de repreensão em casa, que pode ter desencadeado a doença.
Aline Mara de Oliveira
Fonoaudióloga clínica e Diretora do Instituto Versatha, tutora do conteúdo do do Portal educação,
mestranda em Linguística da Universidade de São Paulo- USP, especialista em voz pela Santa Casa de São Paulo e graduada em fonoaudiologia pela UNICAMP
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