Uma das mais importantes peças da dança clássica de todos os tempos, o famoso conto de natal ocupa o palco do Teatro Bradesco em dezembro, reunindo estrelas do Royal Ballet de Londres e a companhia carioca que é considerada o maior celeiro de novos talentos da dança no país
Entre todos os grandes balés do repertório clássico existente, “O Quebra Nozes” continua a ser até hoje um dos que mais seduz e atrai o público. Dançado por todas as grandes companhias de dança do mundo, “O Quebra Nozes” é um conto de natal que estreou no Teatro Mariinsky em São Petersburgo, na Rússia, em 1892, e é considerado hoje uma das obras primas do compositor Peter Tchaikovsky e do coreógrafo Marius Petipa.
Considerado o espetáculo ideal para esta época do ano – não só pela beleza de sua música (a Suíte Quebra Nozes é considerada a música clássica mais gravada de todos os tempos) e pela envolvente história, mas também por seu apelo junto ao público de diferentes faixas etárias, “O Quebra Nozes” volta aos palcos paulistas em dezembro, reunindo no recém inaugurado Teatro Bradesco duas grandes estrelas da dança internacional na atualidade – o brasileiro Thiago Soares e a argentina Marianela Nuñes, ambos astros do Royal Ballet de Londres e a Cia Brasileira de Ballet, instituição que com pouco mais de 10 anos de atividade já se destaca no panorama da dança nacional, tendo lançado diversos novos talentos exportados para grandes companhias internacionais.
As apresentações de “O Quebra Nozes” em São Paulo acontecem nos dias 13 de dezembro (domingo), às 16 horas, dia 19 de dezembro (sábado), às 21 horas e dia 20 de dezembro (domingo), às 16 horas. O espetáculo também terá outras apresentações fechadas, destinadas ao público do shopping.
O Quebra Nozes
A ação se passa em Nuremberg, no princípio do século XIX. Narra-se a história de Drosselmeyer, um velho e misterioso fabricante de relógios e brinquedos mecânicos. Quando trabalhava no Palácio Real, Drosselmeyer inventou uma armadilha que matou metade dos ratos. Para se vingar, o maldoso Rei dos Ratos resolveu raptar o sobrinho de Drosselmeyer e o enfeitiçou com uma maldição, de modo que seu tio não mais o reconhecesse, fazendo com que o menino se transformasse num feio boneco Quebra Nozes nas noites de Natal. Para que Drosselmeyer volte a reconhecer seu sobrinho, é preciso quebrar o feitiço. A única maneira de Quebra Nozes desfazer a maldade do Rei dos Ratos é matá-lo e, mesmo com uma aparência ruim, conseguir ser amado por uma bela jovem.
Durante o Natal o médico e prefeito da cidade Jans Stahlbaum e sua esposa, fazem uma linda festa para seus parentes, amigos e crianças do orfanato Frone Kinder. A nobre e tradicional celebração é esperada com ansiedade pelos filhos do casal, Clara, Fritz e Louise. Para Clara, este será um Natal ainda mais especial.
Enquanto todos se divertem, Clara passa a prestar atenção num menino diferente que está entre os convidados. O que ninguém sabe é que trata-se do sobrinho do Dr. Drosselmeyer, padrinho de Clara e que todos os anos entrega presentes na festa. Drosselmeyer chega ao salão e rapidamente entretém a todos com seus bonecos mecânicos dançantes e de aspectos humanos. Clara recebe um presente muito especial: um encantador Quebra Nozes, que parece um soldado. Clara fica encantada com o brinquedo mas seu irmão, com inveja, deixa o boneco cair. O estranho menino do orfanato pede a Drosselmeyer que conserte o boneco para ela. Em forma de agradecimento, Clara dá um beijo no novo amigo.
Quando chega a noite Clara vai para o quarto, mas sem conseguir dormir, volta para a sala. De repente, em um misto de sonho e fantasia, a árvore começa a crescer, os bonecos-soldados tomam vida e travam uma batalha com os ratos. O Quebra Nozes também ganha vida e defende Clara. Depois de uma batalha feroz, o Quebra Nozes mata o Rei dos Ratos e cai no chão. Desesperada, Clara se põe a chorar por achar que o boneco está morto. O feitiço é quebrado, o Quebra Nozes volta a ser o menino e Drosselmeyer reconhece seu sobrinho.
Drosselmeyer envia Clara e seu sobrinho a uma mágica viagem pelo Reino das Neves, onde eles encontram o Rei e a Rainha. A dança dos Flocos de Neve deixa os dois encantados. Seguindo viagem, chegam até o Reino dos Doces, a bordo de um lindo trenó, onde a Fada Açucarada é a rainha. Ao saber da chegada de Clara e de seu acompanhante, a Fada e seu Príncipe convocam todo o povo do Reino para um grande espetáculo em honra aos visitantes. Ao fim da apresentação, todos se despedem de Clara. Dr. Drosselmeyer reaparece para, enfim, levar seu sobrinho de volta para casa.
Cia Brasileira de Ballet
Criada em 1967 pelo industrial Paulo Ferraz, incentivado por sua esposa, a bailarina Regina Ferraz, a Cia. Brasileira de Ballet teve sua estréia no Teatro Novo (antigo Teatro República, hoje sede da TVE). A CBB surgiu para cultivar a arte da dança e colaborar na descoberta de novos valores artísticos. O elenco de estréia, em grande parte, foi constituído por bailarinos do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e teve como coreógrafos Tatiana Leskova, Dennis Gray, Eugênia Feodorova, Davi Dupré e outras pessoas que também se tornaram grandes nomes da dança no mundo inteiro. A CBB se desfez logo depois e em 2001, por indicação de grandes personalidades da dança, teve seu nome cedido ao professor Jorge Texeira, em reconhecimento a sua luta pela divulgação do balé clássico e pelo trabalho técnico e artístico desenvolvido por ele e seus alunos.
Formada por alguns dos mais talentosos jovens bailarinos da atualidade, a CBB vem trabalhando com a mesma garra e determinação vivenciadas em 1967. Um dos principais objetivos é resgatar o interesse do público em geral pelo balé clássico. Também é motivo de orgulho ter em seu repertório balés neo-clássicos e contemporâneos, criados por talentosos jovens coreógrafos da atualidade, nomes como Henrique Talmah, Heron Nobre, Mário Nascimento, Ramon Reis, Ricardo Scheir e Sergio Lobato , entre outros.
Atualmente a CBB se destaca no cenário das grandes companhias de dança nacionais, fazendo apresentações ao lado de diversas personalidades como Ana Botafogo, Cecília Kerche, Cláudia Mota, Áurea Hämmerlli, Marcelo Misailidis e Vitor Luís, todos do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Roberta Marques e Thiago Soares, do Royal Ballet, Renata Pavan e Herman Cornejo, do American Ballet Theatre, Jaun Pablo Ledo, do Teatro Colón, Aidos Zakan, do Ballet Teatro Michailov.
O brilhantismo e a técnica de seus bailarinos têm levado a CBB a diversas apresentações fora do Brasil, como na Argentina, Estados Unidos, Suíça, China, e em Mônaco, onde em março do próximo ano será a representante oficial da América Latina no "Monaco Dance Forum 2010", e ainda em 2010, na Espanha e República Dominicana. No Brasil tem sido convidada para se apresentar em diversas cidades como Belo Horizonte, São Paulo, Belém do Pará, Recife, Ourinhos, Olinda, Barbacena, Vitória, Camaçari, Santos, Cabo Frio, Macaé, Juiz de Fora, Petrópolis, Friburgo, Joinville, Florianópolis, além do Rio de Janeiro, onde se apresenta constantemente no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Teatro João Caetano, Teatro da UERJ e Vivo Rio.
Dentre os muitos prêmios conquistados pela Direção da Cia estão a Medalha Pedro Ernesto, Moção de Congratulações, da Câmara Municipal do RJ, pelo trabalho desenvolvido pela CBB; Prêmio de Melhor Espetáculo do Ano, em 2006, dado pela Prefeitura de Cabo-Frio; Premio Dedicadión, em 2007, concedido pelo XIII Certamen Internacional de Danzas – Danzamérica, em Córdoba, Argentina; Prêmio Cultura Nota 10, concedido pelo Instituto Cultural Cidade Viva, Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro e UNESCO; Prêmio de Melhor Grupo do Festival de Dança de Joinville em 2008 e 2009; além de diversos prêmios internacionais que foram conquistados pelos bailarinos da CBB nos Estados Unidos, Austrália, Argentina, Suíça e China.
Site: http://www.conservatoriodanca.com.br/1024x768pt.htm
Thiago Soares e Marianela Nuñes
O niteroiense Thiago Soares é hoje um dos grandes nomes da dança mundial. Primeiro bailarino da conceituada Royal Ballet de Londres, posição alcançada em apenas dois anos de companhia, em 2004, Thiago traçou uma carreira meteórica graças ao seu talento incomum, descoberto quando ainda se dedicava ao street dance. Tudo começou na Escola de Circo, no Rio de Janeiro, onde entrou quando tinha dez anos de idade. Lá, aprendeu técnicas de acrobacia e controle corporal. Aos 16, ingressou no Centro de Dança do Rio, para estudar jazz e dança moderna. Sua professora o incentivou a estudar balé clássico. Os prêmios rapidamente se sucederam: Medalha de Prata no Concurso Internacional de Niterói, Medalha de Ouro e Prêmio melhor Partner, no Festival Tápias; Primeiro lugar na Categoria Profissional do XVI Festival de Dança de Joinville; Prêmio Aldo Lotufo e Melhor Bailarino do Conselho Brasileiro de Dança. Em 1998, com apenas 18 anos, recebia sua primeira grande premiação – a Medalha de Prata no Concurso Internacional de Dança de Paris.
No mesmo ano, ingressou no corpo de baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, onde em pouco tempo se destacou. Em 2001, nova consagração: ganhou a Medalha de Ouro no Concurso Internacional de Ballet do Teatro Bolshoi. O feito lhe valeu um convite do Kirov Ballet para integrar seu quadro de aprendizes por uma temporada. Em cem anos de história, Thiago foi o segundo estrangeiro a participar da mítica companhia. Antes dele, houve apenas o cubano Manuel Carreño, atualmente no American Ballet Theater. Em 2002, apresentou-se para a rigorosa diretora artística do Royal Ballet, Monica Mason. Aprovado, foi convidado a integrar a companhia inglesa, inicialmente dançando em papéis pequenos, mas em pouco tempo ganhou a posição de primeiro bailarino da companhia. Em 2005 ganhou o prêmio de ‘Artista revelação masculino de dança clássica’ (Outstanding Male Artist – Classical), conferido pela Associação dos Críticos Internacionais de Dança, considerado o Oscar da categoria. Além da elogiada “técnica poderosa e refinada”, suas qualidades como ator contribuíram para sua impressionante presença de palco.
Marianela Nuñez nasceu em Buenos Aires e iniciou aulas de dança com 3 anos de idade. Aos 8 entrou no Instituto Superior de Arte do Teatro Colón, onde estudou até ser convidada a integrar o corpo de baile da Companhia, com apenas 14 anos de idade. Foi selecionada para participar em uma excursão como solista, com o Ballet Clasico de la Habana, Cuba. Em 1997, Maximiliano Guerra a escolheu como partner para dançar com ele no Uruguai, Espanha, Itália e no Festival de Ballet do Japão. Foi então convidada para excursionar com a companhia de balé do Teatro Colón na Europa e nos EUA como bailarina convidada.
Em setembro de 1997, sem falar uma palavra em inglês, entrou para o Curso de Pós-Graduação do The Royal Ballet School e no final do ano dançou o papel principal no Soirée Kenneth MacMillan Musicale bem como o papel-título do III ato de Raymonda. Entrou para o The Royal Ballet no início da temporada 1998/99 e foi promovida a Primeira Solista em 2001 e Primeira Bailarina em setembro de 2002.
Ficha técnica
Ballet com Prólogo e 2 Atos
Música – Piotr Ilitch Tchaikovsky
Libreto Original – Marius Petipa
Direção, Remontagem, Adaptação e Coreografia – Jorge Texeira
Assistente de Direção – Saulo Finelon
Cenário – Carlos Alberto Delarmelino e Glauco Bernardi
Figurinos – Tânia Agra
Iluminação – Deise Calaça
Ensaiador – Tadheo de Carvalho
Assistente de Coreografia – Henrique Talmah
Direção Técnica – Deise Calaça e Elinah Jacqueline
Serviço
Datas: 13, 19 e 20 de dezembro
Local: Teatro Bradesco
http://www.teatrobradesco.com.br
Endereço Teatro: Piso Perdizes do Bourbon Shopping São Paulo - Rua Turiassu, 2100, Pompéia
Vendas: 4002-0019 (Disque DellArte Nacional) 11 2063-5087 (Cia dos Ingressos) 11 3670-4121 (Bilheteria) e 4003-1212 (Ingresso Rápido)
Abertura vendas: 28/nov
www.ingressorapido.com.br
Censura: Livre
Data: 13 de dezembro (domingo)
Horário: 16h
Data: 19 de dezembro (sábado)
Horário: 21h
Data: 20 de dezembro (domingo)
Horário: 16h
Preço: R$ 80,00
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