A importância do pré-natal baseia-se na premissa que tudo o que a futura mamãe faz, ou deixa de fazer, durante os nove meses de gestação, tem um grande impacto na saúde do bebê. “É por essa razão que é tão importante seguir à risca as recomendações médicas e fazer todos os exames recomendados pelo obstetra nos meses que antecedem o nascimento do bebê”, diz o ginecologista e obstetra, Aléssio Calil Mathias, diretor da Clínica Genesis.
O pré-natal é o acompanhamento médico dedicado à gestante e ao bebê que tem como objetivo a prevenção, a orientação, o esclarecimento e o diagnóstico de qualquer alteração da saúde da gestante e/ou do bebê. “É durante o pré-natal que todas as dúvidas do casal serão esclarecidas, o que é muito importante, já que é possível descaracterizar alguns mitos que são muito frequentes neste período”, ressalta o médico.
Em média, uma gravidez dura quarenta semanas, por essa razão além da qualidade das consultas, a frequência é fundamental. “Durante o pré-natal, as consultas são mensais até a 32ª/33ª semana, quinzenais, até a 37ª semana e, semanais, a partir da 40ª semana. Após esse período, a gestante deve ser acompanhada pelo obstetra a cada dois ou três dias”, explica Aléssio Calil Mathias.
Importância do pré-natal
Garantir que a gestante e o nenê mantenham-se saudáveis durante os nove meses é a principal missão do pré-natal, mas o período também possui outros atributos. “Além de fazer o acompanhamento do desenvolvimento do bebê e diagnosticar intercorrências clínicas e/ou obstétricas, os nove meses de gestação tem também a função de preparar o casal para o parto, assim como para a amamentação”, reforça o obstetra Aléssio Calil Mathias.
A gestação é um período marcado por transformações físicas e emocionais, por isto, tanto a gestante quanto o seu companheiro têm muitas dúvidas durante este período que antecede o nascimento. “Todo casal que espera um bebê deve ter respostas às suas indagações. Quanto mais seguros sobre todo o processo que está por vir, melhor e mais tranquilo será o parto. Todas as vantagens e desvantagens de cada escolha devem ser esclarecidas”, conta Mathias.
“Hoje, recomendamos que o pré-natal comece antes mesmo da concepção, preferencialmente, três meses antes. Pois, assim, a mulher poderá realizar uma consulta médica completa, bem como todos os exames prévios à gestação. Se houver qualquer alteração, tanto clínica como laboratorial, ela mulher poderá, em tempo hábil, realizar o tratamento mais apropriado. O uso de ácido fólico, três meses antes da concepção, com o objetivo de diminuir a incidência de malformações do sistema nervoso central faz parte desta fase anterior à concepção”, diz o médico. Além disso, se a mulher que deseja engravidar é obesa, diabética ou hipertensa, é muito importante realizar um tratamento prévio à gestação com a finalidade de alcançar o controle e o equilíbrio antes da concepção.
Tudo sobre o pré-natal
Para o obstetra, a primeira consulta do pré-natal é a mais importante. Afinal, é nessa consulta que se estabelecerá uma relação mútua de confiança entre a grávida e seu médico. “Geralmente, a primeira é a consulta mais demorada, pois será questionada toda história clínica da gestante, bem como todos os antecedentes pessoais e familiares, hábitos, vícios, cirurgias prévias e uso de medicamentos”, explica o diretor da Clínica Genesis.
Além disso, é nesta primeira consulta que serão solicitados vários exames como hemograma, glicemia de jejum, tipagem sanguínea + fator RH, sorologias para toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, sífilis, AIDS, hepatite B e C, urocultura + antibiograma, exame de fezes, prevenção do câncer do colo uterino (Papanicolau) e ultrassonografia obstétrica. “Muitos destes exames serão repetidos no decorrer do pré-natal, assim como a ultrassonografia, que será realizada conforme a idade gestacional”, esclarece o ginecologista.
Sinais de problemas
Segundo Aléssio Calil Mathias, “durante o pré-natal podemos identificar mulheres com maior risco de complicações durante a gestação e o parto e podemos utilizar os recursos necessários para garantir uma gravidez e um parto saudáveis, diminuindo as chances da ocorrência de problemas para a mãe e o nenê”, diz.
De acordo com o especialista, a intercorrência clínica mais frequente durante a gravidez é a anemia. É por essa razão que os obstetras recomendam o uso de sulfato ferroso durante o pré-natal. “No parto normal, a grávida perde em média 500 ml de sangue e na cesárea, 800 ml. Imagine se por qualquer motivo a perda for maior? Não podemos nos esquecer de que após o parto é necessário disposição e saúde para os cuidados com o bebê e para a amamentação”, alerta o obstetra.
Outra intercorrência clínica comum durante a gestação é a infecção urinária. “É fato que de todas as gestantes, 6% apresentarão bacteriúria assintomática, que é uma infecção urinária que não apresenta sintomas; destas 30% evoluirão com um tipo de infecção urinária mais grave que necessitará de internação hospitalar”, informa o diretor da Clínica Genesis. Mas, se a gestante contar com o acompanhamento pré-natal, tratar esse problema será bem mais fácil e seguro. Outro problema comum e que pode ser tratado durante o pré-natal é a hipertensão arterial, presente em 10% das gestantes, sendo a maior causa de óbito materno, se não tratada previamente.
Em relação à saúde do bebê, Mathias conta que a incidência de nascimento de bebês prematuros no grupo de mães que fazem o pré-natal não chega a 10%, sendo que daquelas que não contam com o acompanhamento apropriado chega a 40%. “Quando falamos de bebês prematuros devemos pensar em maior mortalidade neonatal, maior tempo de internação com cuidados intensivos, ou seja, UTI Neonatal, maior chance de sequelas, além do desmame precoce”, diz o médico.
No pré-natal, cultive bons hábitos
• Mexa-se!
A atividade física deve ser estimulada previamente à gestação e poderá ser praticada inclusive nos primeiros meses. Entretanto, deve ser evitada a atividade física de impacto. As gestantes que não praticam uma atividade física regularmente podem iniciá-la, após o terceiro mês. “Recomendamos as atividades aeróbicas, bem como a musculação, a natação, a hidroginástica, dentre outras, mas sempre com o acompanhamento de um profissional de educação física habilitado”, conta Aléssio Calil Mathias.
• Não engorde, ganhe apenas os quilos necessários
“Deve-se evitar que a gestante ultrapasse o ganho de 12 kg. O ideal é em torno de 9 kg, ou seja, 1 kg por mês. O ganho de peso excessivo está relacionado a uma maior chance de hipertensão, diabetes e aumento de peso do bebê, podendo influir diretamente na duração do trabalho de parto e também no tipo de parto. O acompanhamento nutricional durante a gestação é fundamental”, defende o obstetra.
CONTATO:
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