Foi realizada hoje(2/8), a 31ª edição da Festa das Cerejeiras no Parque do Carmo (zona leste de São Paulo). A festa organizada pela Federação Sakura e Ipê Brasil para a colônia japonesa, resgata todos os anos a tradição Hanami, que é o ato de contemplar as flores. A flor de cerejeira é um símbolo para os japoneses. Por ser de extrema delicadeza, enfeita a natureza e em pouco tempo cai dos galhos, sugerindo a reflexão de que a vida deve ser contemplada com respeito, por ser tão passageira. O Bushido (código do Samurai) tem uma flor de cerejeira como símbolo e seus discípulos costumam tatuar a flor em seus corpos. Segundo a lenda, uma princesa chamada Kono-hana-sakuya-hime (Princesa da árvore de flores abertas), caiu dos céus sobre uma cerejeira e a partir daí a flor recebeu o nome de Sakura (variação de sakuya). Embora sua árvore não dê frutos, no Japão é comum conservar as flores em sal, para transformá-las no chá Sakura-yu utilizado nos rituais de casamento para pedir boa sorte aos noivos. Considerada como símbolo do amor, antigamente as moças a procura de pretendentes, enfeitavam os cabelos e o quintal de casa para enviar um sinal. No entanto, se um galho de cerejeira se quebrar, segundo a tradição, pode estar enviando um sinal de morte. Segundo a crença, a árvore possui uma ligação da vida com a morte e absorve a alma dos que já morreram. Conforme a tradição, o ritual transmite paz interior.
Segundo o Presidente da Federação Sr. Koniti Wada, este ano a floração foi um pouco prejudicada pela ausência do sol. A planta precisa da mudança brusca de temperatura para florescer por igual, por isso, as flores não cairão ao mesmo tempo.
A cerejeira pode também ser plantada em vasos. Neste caso, ela não se tornará uma árvore grande, limitando-se à quantidade de terra existente e é preciso sempre fazer adubação e repor os nutrientes na terra.
No Bosque das Cerejeiras, o público pôde contemplar a beleza da floração nas árvores cultivadas pela Federação.
Durante o dia, aconteceram várias apresentações de Odori - dança típica japonesa, dança country, ginásticas rítmicas e corais. No Parque do Carmo existem várias espécies diferentes e cerca de 1.500 pés plantados. É o segundo maior bosque deste tipo encontrado fora do Japão, só perdendo para a cidade de Washington, capital dos EUA.
Milhares de famílias foram até o Parque prestigiar o evento que estava esperando receber aproximadamente 3 mil pessoas. Pela quantidade de ônibus fretados e carros no estacionamento, o número de visitantes ultrapassou o estimado.
Os grupos de idosos tiveram o apoio de vans para levá-los até o local. O policiamento e assistência médica também se fizeram presente. Por volta das 15hs já não havia mais a maior parte das comidas típicas, prova de que da próxima vez, o evento poderá contar com um público ainda maior. Num exemplo típico da cultura japonesa, os visitantes se aproximaram ainda mais da natureza e realmente foi possível sentir uma espécie de paz interior.
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A História
No Brasil, a festa celebra o cultivo do sakura matsuri (pronuncia-se sakurá), flor que possui grande importância para os descendentes, devido à sua forte tradição no Japão. O projeto de cultivo foi iniciado em 1974 pelo senhor Matsuba, que morava na zona leste da capital.
Ele buscava um terreno no Parque do Carmo para plantar as cerejeiras, com vistas a trazer um pouco de sua cultura às comunidades próximas. Com a idéia e o plano traçado, dirigiu-se ao então prefeito de São Paulo, Mário Covas, para pedir a liberação do terreno. Sensibilizado, o prefeito aprovou o projeto e incentivou a idéia.
A partir daí começou o plantio das cerejeiras no local. No entanto, as sementes, trazidas do Japão, não vingaram no solo brasileiro. Somente depois, com a vinda de mudas da flor de seu habitat natural, iniciou-se o que seria uma celebração anual. Bem mais tarde, fundou-se a Associação das Cerejeiras do Parque do Carmo que abraçou todas as comunidades ao seu redor. Hoje, a Associação deu espaço à Federação de Sakura e Ypê do Brasil.
Assista o vídeo no Youtube: http://www.youtube.com/watch?v=8CRa0SJD6ZM
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Reportagem: Claudia Souza
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