Se ao colocar o brinco, a mulher sentir que o adorno está provocando uma tensão na pele, deve substituir a peça por um mais leve
Além do uso inadequado de brincos pesadíssimos, outros fatores também podem ocasionar um rasgo na orelha, como, por exemplo: piercings muito grandes e que provocam o alargamento do lóbulo e bebê/crianças que gostam de puxar brincos grandes e atraentes das orelhas, como se fossem brinquedos.
“Na verdade, o peso que uma orelha suporta varia de acordo com características individuais. Portanto, não existe um peso pré-determinado capaz de provocar um rasgo no lóbulo. Se ao colocar o brinco, a mulher sentir que o adorno está provocando uma tensão na pele, deve substituir a peça por um mais leve. Utilizando o bom senso, toda mulher é capaz de escolher o brinco mais apropriado para não lhe trazer nenhum dano estético”, explica o cirurgião plástico Ruben Penteado (foto), diretor do Centro de Medicina Integrada.
Mas em alguns casos, após anos e anos de uso contínuo de brincos pesados, o lóbulo da orelha pode se rasgar e, em casos mais graves, abrir-se em duas partes. “Este dano estético pode ser reparado por meio da zetaplastia, com o tratamento de incisão e sutura ou ainda pela técnica de retalho em gaveta. É o cirurgião plástico quem decidirá qual a técnica mais indicada para cada pessoa”, diz Penteado, que é membro efetivo da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
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Indicação apropriada
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Nos casos em que o local do rasgão no lóbulo da orelha está linear, a zetaplastia reposiciona a cicatriz de forma que ela adquira uma posição mais paralela às linhas naturais e pregas da pele, tornando-as menos notáveis. Sob anestesia local, são feitas novas incisões, de 1 a 2cm, em cada lado da orelha, criando pequenos retalhos de pontas triangulares na pele. “Estas pontas são reorientadas em ângulos diferentes para cobrir a ferida, dando à cicatriz um aspecto de Z ou zig-zag. A ferida será fechada com pontos que serão removidos depois de alguns dias”, conta o médico.
Já na cirurgia de retalho em gaveta, também realizada sob anestesia local, o cirurgião recorta as bordas como se fossem uma escada e cada lado do lóbulo completa o outro, para, em seguida, as duas bordas serem suturadas. Nos casos em que o rasgo da orelha é menor, é feita a sutura simples sob anestesia local. Brincos, novamente...
No pós-operatório, o curativo deve ser trocado no dia seguinte, conforme orientação médica. Os pontos são retirados de sete a dez dias após a cirurgia. E é possível retornar às atividades normais no mesmo dia. “Alertamos as pacientes que usar brincos no pós-operatório imediato não é recomendável, pois podem causar traumatismo e prejudicar a cicatrização. Não é recomendável também fazer um novo furo na mesma região operada, uma vez que devido ao rasgo, a pele da região afinou”, diz o cirurgião plástico.
Segundo Penteado, o resultado definitivo desta intervenção só é percebido seis meses após a cirurgia, quando a cicatriz fica no nível original da pele, tornando-se praticamente imperceptível.
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