Equipes de Baja SAE de três instituições de ensino brasileiras disputam a competição de 11 a 14 de junho, em Burlington
Três equipes, formadas por 41 estudantes de Engenharia de São Paulo e Santa Catarina, representarão novamente o Brasil na Baja SAE Wisconsin, de 11 a 14 de junho, em Burlington, Estados Unidos. Desta vez, os estudantes buscarão o quinto título de campeão da competição internacional para o Brasil. Realizada há quase 40 anos pela SAE International, a competição de Engenharia reunirá 120 carros off-road, projetados e construídos por universitários de nove países das Américas, África, Ásia e Europa. O Brasil será representado por três Baja SAE das equipes Poli Arsenal, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli USP), FEI Baja 2, do Centro Universitário da FEI, e Tupy Uiraçu, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). As três ganharam o direito de representar o País nos EUA após alcançarem as melhores pontuações durante a 15ª Competição Baja SAE BRASIL-PETROBRAS, realizada em março deste ano, em Piracicaba.Tricampeã nos EUA, a equipe da FEI, de São Bernardo do Campo, levará um carro caracterizado com várias inovações tecnológicas, como utilização de placas que aproveitam a energia solar no carregamento das baterias e dispensam o uso de energia do motor. As placas são recarregadas a cada 12 horas de uso, durante 5 horas. O carro também possui tecnologia GPS, sistema de telemetria e faróis de lâmpadas LED, alimentados por energia solar. “O motor do baja é usado somente para movimentar o veículo, o que resulta em economia de combustível”, explica o capitão Pedro Luiz de Souza. Filho.Ecológico - A equipe Poli Arsenal disputará a Baja SAE Wisconsin com carro ecológico, que utiliza materiais alternativos de baixo impacto ambiental, como tecido da carenagem feito de garrafas PET, além de sistema de eletrônica embarcada, alimentado por painel solar fotovoltaico, que capta energia solar e carrega a bateria da luz de freio e do painel do veículo. “Aplicamos as inovações que foram destaques em Piracicaba em um só carro”, diz Filipe Santos, capitão da equipe da Poli, que participou da competição nacional com dois veículos. O carro dos estudantes da USP, que pesa 220 kg (com o piloto), possui geometria de suspensão que favorece a travessia de obstáculos e os saltos do enduro, além de volante com regulagem de ângulo e distância para facilitar a dirigibilidade. No design, o Baja SAE ganhou pintura à base de água sem solvente, além de tecnologia GPS e sistema de telemetria, que gerencia e transfere ao box informações em tempo real, como velocidade, rotação do motor e níveis da bateria e do tanque.A equipe Tupy Uiraçu, de Santa Catarina, irá com o mesmo carro que competiu em Piracicaba. Foram feitas somente algumas adaptações para efeito de regulamentação na competição da SAE International, como quinta fixação do cinto, sensor de freio por pressão e colocação de pára-choque dianteiro. O carro pesa 170 kg e utiliza suspensão do tipo eixo rígido na traseira e duplo-A na dianteira, com sistema de transmissão por CVT. “Durante a competição nacional conquistamos o primeiro lugar no Enduro de Resistência e isso mostra que o nosso carro está muito bom para a Baja SAE Wisconsin”, comenta Gabriel Roriz, capitão da equipe, que tem 14 estudantes.Veículos - Nos EUA, o Brasil venceu pela primeira vez em 1998, com a equipe Car-Kará, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, e depois em 2004, 2007 e 2008, com os Baja SAE, desenvolvidos na FEI. Os Baja SAE são protótipos de estrutura tubular em aço, monopostos, para uso fora-de-estrada, com quatro ou mais rodas e devem ser capazes de transportar pessoas com até 1,90m de altura, pesando até 113,4 kg e motor padrão de 10 HP. Os sistemas de suspensão, transmissão, freios e o próprio chassi são desenvolvidos pelas equipes, que têm, ainda, a tarefa de buscar patrocínio para viabilizar o projeto. Besaliel Botelho, presidente da SAE BRASIL, conta que o Projeto Baja SAE é um dos programas de maior sucesso organizados pela associação na capacitação dos futuros engenheiros, no qual estudantes são envolvidos em caso real de desenvolvimento de um veículo em todas as ações correlatas. "Além de praticarem os conceitos teóricos adquiridos em sala de aula, eles são submetidos às experiências da vida real, como trabalho em equipe, atendimento de prazos, busca de suporte financeiro para o projeto e atividades diversas, muitas delas em áreas não exploradas nos cursos regulares, mas que incentivam a criatividade e o surgimento de lideranças", diz. Segundo Botelho, muitas empresas têm priorizado a contratação de ex-participantes do Projeto por terem a certeza de que eles estão bem preparados. "Isso comprova a importância da competição, um orgulho da SAE BRASIL", afirma.
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