Como os estudos sobre o glaucoma avançaram ao longo dos anos, o acesso às informações atualizadas é fundamental para uma estratégia de prevenção eficaz.
O cinema de Hollywood estampou com clareza nas telas o sofrimento que o glaucoma causou ao cantor Ray Charles. O filme Ray mostra como a doença, aos poucos, vai apagando a visão do garoto negro e pobre. À mãe, sem informação alguma sobre o mal que acometia o filho e sem condições de buscar tratamento médico, restou apenas uma alternativa: preparar o garoto para o pior, crescer sem enxergar, encarar o mundo sem poder ver.
A imagem cinematográfica reflete a realidade mundial neste caso. No mundo todo, aproximadamente 36 milhões de pessoas cegas poderiam estar enxergando neste momento. São pessoas que perderam a visão em decorrência de cataratas que poderiam ser operadas, retinopatias diabéticas que poderiam ser controladas, glaucomas que poderiam ter sido tratados, dentre outras doenças curáveis e previníveis.
Segundo a OMS, Organização Mundial de Saúde, 80% da cegueira do mundo é curável ou evitável. O problema tem relação direta com as condições sócio-econômicas: 90% das pessoas cegas vivem em países do Terceiro Mundo, onde faltam serviços básicos de prevenção e tratamento ligados à saúde ocular.
Dia Nacional de Combate ao Glaucoma
Instituído pela Lei Nº 10.456/02, o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, dia 26 de maio, é uma data propícia às reflexões sobre esta doença, principalmente, em como ela afeta a qualidade de vida dos pacientes que são acometidos por este mal. “Prevenir a cegueira ainda é um dos grandes desafios da Oftalmologia. É preciso apostar na promoção da visão, que consiste em repassar informações à população sobre os meios de evitar doenças ou a perda visual”, afirma o oftalmologista Virgilio Centurion, diretor do IMO, Instituto de Moléstias Oculares.
Segundo o médico, o glaucoma faz parte de um grupo de doenças oculares que, gradualmente, "roubam" a visão sem aviso prévio e, não raro, sem sintomas. A perda da visão é causada por um dano no nervo óptico. “Durante muito tempo, acreditou-se que a Pressão Intra-Ocular (PIO) alta era a principal causa desse dano ao nervo óptico. Embora a pressão alta seja claramente um fator de risco, atualmente, é sabido que outros fatores também devem ser levados em conta”, informa Centurion.
Entenda a doença
O glaucoma é uma designação genérica para muitas doenças, marcadas por um aumento da pressão intra-ocular, causada pelo desequilíbrio entre a produção e a drenagem do humor aquoso. “A causa da doença está geralmente relacionada há uma drenagem diminuída do humor aquoso através da pupila, da malha trabecular ou ainda pelo canal de Schlemm”, diz a oftalmologista Gabriela Barreto, especializada no tratamento da doença, que também integra o corpo clínico do IMO.
A doença ocular, séria e progressiva, lesa o nervo óptico, que sem tratamento adequado pode levar à cegueira. O processo da perda da visão periférica é tão lento que, geralmente, o paciente não sente nenhuma alteração. “O melhor remédio é a prevenção da doença, medida que muitos deixam de adotar porque não acreditam na intervenção precoce ou ‘pensam que este problema não acontecerá com eles’ ”, afirma a médica.
O glaucoma não tem cura, mas o diagnóstico precoce amplia as chances de controle da doença e evita a cegueira. O tratamento inclui o uso freqüente de colírios e a cirurgia, em alguns casos. Fundamental é a relação médico-paciente, mais importante fonte de informações para o paciente portador de glaucoma, associada ao acesso a jornais, revistas ou livros. “Os oftalmologistas desempenham um papel importante na detecção precoce do glaucoma e na sua desmistificação, pois o desconhecimento sobre a doença e a elaboração de idéias falsas tendem a gerar a falta de participação do paciente no tratamento, agravando o prognóstico visual”, defende Gabriela Barreto.
O cinema de Hollywood estampou com clareza nas telas o sofrimento que o glaucoma causou ao cantor Ray Charles. O filme Ray mostra como a doença, aos poucos, vai apagando a visão do garoto negro e pobre. À mãe, sem informação alguma sobre o mal que acometia o filho e sem condições de buscar tratamento médico, restou apenas uma alternativa: preparar o garoto para o pior, crescer sem enxergar, encarar o mundo sem poder ver.
A imagem cinematográfica reflete a realidade mundial neste caso. No mundo todo, aproximadamente 36 milhões de pessoas cegas poderiam estar enxergando neste momento. São pessoas que perderam a visão em decorrência de cataratas que poderiam ser operadas, retinopatias diabéticas que poderiam ser controladas, glaucomas que poderiam ter sido tratados, dentre outras doenças curáveis e previníveis.
Segundo a OMS, Organização Mundial de Saúde, 80% da cegueira do mundo é curável ou evitável. O problema tem relação direta com as condições sócio-econômicas: 90% das pessoas cegas vivem em países do Terceiro Mundo, onde faltam serviços básicos de prevenção e tratamento ligados à saúde ocular.
Dia Nacional de Combate ao Glaucoma
Instituído pela Lei Nº 10.456/02, o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, dia 26 de maio, é uma data propícia às reflexões sobre esta doença, principalmente, em como ela afeta a qualidade de vida dos pacientes que são acometidos por este mal. “Prevenir a cegueira ainda é um dos grandes desafios da Oftalmologia. É preciso apostar na promoção da visão, que consiste em repassar informações à população sobre os meios de evitar doenças ou a perda visual”, afirma o oftalmologista Virgilio Centurion, diretor do IMO, Instituto de Moléstias Oculares.
Segundo o médico, o glaucoma faz parte de um grupo de doenças oculares que, gradualmente, "roubam" a visão sem aviso prévio e, não raro, sem sintomas. A perda da visão é causada por um dano no nervo óptico. “Durante muito tempo, acreditou-se que a Pressão Intra-Ocular (PIO) alta era a principal causa desse dano ao nervo óptico. Embora a pressão alta seja claramente um fator de risco, atualmente, é sabido que outros fatores também devem ser levados em conta”, informa Centurion.
Entenda a doença
O glaucoma é uma designação genérica para muitas doenças, marcadas por um aumento da pressão intra-ocular, causada pelo desequilíbrio entre a produção e a drenagem do humor aquoso. “A causa da doença está geralmente relacionada há uma drenagem diminuída do humor aquoso através da pupila, da malha trabecular ou ainda pelo canal de Schlemm”, diz a oftalmologista Gabriela Barreto, especializada no tratamento da doença, que também integra o corpo clínico do IMO.
A doença ocular, séria e progressiva, lesa o nervo óptico, que sem tratamento adequado pode levar à cegueira. O processo da perda da visão periférica é tão lento que, geralmente, o paciente não sente nenhuma alteração. “O melhor remédio é a prevenção da doença, medida que muitos deixam de adotar porque não acreditam na intervenção precoce ou ‘pensam que este problema não acontecerá com eles’ ”, afirma a médica.
O glaucoma não tem cura, mas o diagnóstico precoce amplia as chances de controle da doença e evita a cegueira. O tratamento inclui o uso freqüente de colírios e a cirurgia, em alguns casos. Fundamental é a relação médico-paciente, mais importante fonte de informações para o paciente portador de glaucoma, associada ao acesso a jornais, revistas ou livros. “Os oftalmologistas desempenham um papel importante na detecção precoce do glaucoma e na sua desmistificação, pois o desconhecimento sobre a doença e a elaboração de idéias falsas tendem a gerar a falta de participação do paciente no tratamento, agravando o prognóstico visual”, defende Gabriela Barreto.
Exames preventivosVisando a prevenção do glaucoma, é muito importante ir ao oftalmologista, pelo menos uma vez ao ano, para que a pressão ocular seja medida. “Além disso, os que possuem fatores de risco como hipertensão, diabetes e glaucoma na família devem fazer avaliações visuais, de seis em seis meses, para verificação da curva diária de pressão do campo visual e da gonoscopia”, recomenda a oftalmologista Maria Beatriz Guerios, integrante do corpo clínico do IMO, especializada no tratamento de Glaucoma.
Para ter um bom prognóstico, o glaucoma depende essencialmente do diagnóstico precoce e da prevenção. A única forma segura de evitar suas conseqüências é fazer consultas periódicas. O oftalmologista está preparado para medir a pressão intra-ocular, bem como examinar o nervo óptico por meio do exame de fundo de olho. Havendo suspeita de glaucoma, ele poderá solicitar exames de campo visual para verificar sua possível diminuição.
E dependendo da suspeita, o oftalmologista pode solicitar exames de imagem para auxiliar no diagnóstico. “O OCT conta, hoje, com tecnologia suficiente para fornecer uma análise transversal do nervo óptico, o que é muito importante para acompanhar pacientes com hipertensão ocular e a própria progressão do glaucoma. Feitos com cuidado e regularidade, estes exames podem auxiliar a identificar os pacientes saudáveis e os que já apresentam os primeiros sinais de danos glaucomatososos”, afirma a oftalmologista.
A tonometria é apontada como um exame essencial também, pois é capaz de rastrear o aparecimento do glaucoma. “Ao medir a pressão ocular, por meio do tonômetro, o oftalmologista pode detectar a presença de hipertensão ocular, que pode ou não ser diagnosticada como glaucoma, de acordo com as alterações no campo visual e na papila óptica”, explica Maria Beatriz.
Para ter um bom prognóstico, o glaucoma depende essencialmente do diagnóstico precoce e da prevenção. A única forma segura de evitar suas conseqüências é fazer consultas periódicas. O oftalmologista está preparado para medir a pressão intra-ocular, bem como examinar o nervo óptico por meio do exame de fundo de olho. Havendo suspeita de glaucoma, ele poderá solicitar exames de campo visual para verificar sua possível diminuição.
E dependendo da suspeita, o oftalmologista pode solicitar exames de imagem para auxiliar no diagnóstico. “O OCT conta, hoje, com tecnologia suficiente para fornecer uma análise transversal do nervo óptico, o que é muito importante para acompanhar pacientes com hipertensão ocular e a própria progressão do glaucoma. Feitos com cuidado e regularidade, estes exames podem auxiliar a identificar os pacientes saudáveis e os que já apresentam os primeiros sinais de danos glaucomatososos”, afirma a oftalmologista.
A tonometria é apontada como um exame essencial também, pois é capaz de rastrear o aparecimento do glaucoma. “Ao medir a pressão ocular, por meio do tonômetro, o oftalmologista pode detectar a presença de hipertensão ocular, que pode ou não ser diagnosticada como glaucoma, de acordo com as alterações no campo visual e na papila óptica”, explica Maria Beatriz.
Fator genéticoA aquisição do conhecimento sobre a importância da hereditariedade é muito importante para alertar descendentes sobre o risco de desenvolver o glaucoma. “O glaucoma é uma doença de caráter hereditário, e por isso em famílias de portadores de glaucoma há a necessidade que todos façam os exames preventivos”, explica a oftalmologista Maria Beatriz Guerios.
Crianças que nascem com os olhos embaçados ou muito grandes, que têm fotofobia intensa, que evitam abrir os olhos no sol ou não gostam de claridade e cujos olhos lacrimejam muito precisam ser avaliadas por um oftalmologista. Estes sinais podem ser indício de glaucoma congênito. Esta é uma patologia rara, transmitida por herança genética e está relacionada às alterações no desenvolvimento ocular presentes no nascimento. “Deve-se realizar o diagnóstico o mais precocemente possível, pois sabemos que o prognóstico visual é melhor quando o tratamento é realizado nas fases iniciais da doença”, defende a médica. O diagnóstico e o tratamento do glaucoma congênito precoces podem evitar que as crianças fiquem cegas ainda no primeiro ano de vida.
Importância do tratamento
Em todas as doenças, pacientes mais bem informados apresentam mais comprometimento com o próprio tratamento. No caso de glaucoma, especificamente, onde os tratamentos são prolongados, sem compreensão da sua finalidade e importância pelos pacientes, torna-se difícil a adesão ao tratamento.
O glaucoma progride lentamente e afeta, de maneira irreversível, a visão de cerca de 900 mil brasileiros, segundo dados da Abrag, Associação Brasileira dos Amigos, Familiares e Portadores de Glaucoma. “Para não ficarem cegos, os portadores de glaucoma precisam usar, por toda a vida, remédios que, muitas vezes, devem ser aplicados mais de uma vez por dia”, informa a oftalmologista Gabriela Barreto.
Por isto, o glaucoma é uma doença que, por suas características clínicas e por seu prognóstico visual requer comprometimento do paciente com o tratamento. “Trata-se de uma doença crônica que deve receber acompanhamento e tratamento prolongados, condições que previnem a cegueira”, explica a médica. A falta de adesão ao tratamento pelo paciente é uma causa importante de controle inadequado de pressão intra-ocular. São muitos os pacientes em tratamento que deixam de tomar os medicamentos antiglaucomatosos corretamente. “É de extrema importância a manutenção e o reforço das orientações médicas durante todo o tratamento, pois assim como a diabetes e a hipertensão arterial, o glaucoma não tem cura, mas é passível de controle, garantindo a qualidade de vida do paciente”, afirma Gabriela Barreto.
Novas drogas
Novas drogas para o tratamento do glaucoma estão sendo pesquisadas em todo o mundo. O principal objetivo da Medicina é procurar por mecanismos diferentes para reduzir a pressão ocular. “Como promessas, podemos citar, a curto prazo, as associações de medicamentos que já são empregados no tratamento da doença. E a médio e longo prazos, respectivamente, as apostas da Oftlamologia estão em novas drogas que possam funcionar como neuroprotetoras, auxiliando a redução da pressão ocular e na utilização de células tronco no tratamento da doença”, afirma a oftalmologista Gabriela Barreto.
Em todas as doenças, pacientes mais bem informados apresentam mais comprometimento com o próprio tratamento. No caso de glaucoma, especificamente, onde os tratamentos são prolongados, sem compreensão da sua finalidade e importância pelos pacientes, torna-se difícil a adesão ao tratamento.
O glaucoma progride lentamente e afeta, de maneira irreversível, a visão de cerca de 900 mil brasileiros, segundo dados da Abrag, Associação Brasileira dos Amigos, Familiares e Portadores de Glaucoma. “Para não ficarem cegos, os portadores de glaucoma precisam usar, por toda a vida, remédios que, muitas vezes, devem ser aplicados mais de uma vez por dia”, informa a oftalmologista Gabriela Barreto.
Por isto, o glaucoma é uma doença que, por suas características clínicas e por seu prognóstico visual requer comprometimento do paciente com o tratamento. “Trata-se de uma doença crônica que deve receber acompanhamento e tratamento prolongados, condições que previnem a cegueira”, explica a médica. A falta de adesão ao tratamento pelo paciente é uma causa importante de controle inadequado de pressão intra-ocular. São muitos os pacientes em tratamento que deixam de tomar os medicamentos antiglaucomatosos corretamente. “É de extrema importância a manutenção e o reforço das orientações médicas durante todo o tratamento, pois assim como a diabetes e a hipertensão arterial, o glaucoma não tem cura, mas é passível de controle, garantindo a qualidade de vida do paciente”, afirma Gabriela Barreto.
Novas drogas
Novas drogas para o tratamento do glaucoma estão sendo pesquisadas em todo o mundo. O principal objetivo da Medicina é procurar por mecanismos diferentes para reduzir a pressão ocular. “Como promessas, podemos citar, a curto prazo, as associações de medicamentos que já são empregados no tratamento da doença. E a médio e longo prazos, respectivamente, as apostas da Oftlamologia estão em novas drogas que possam funcionar como neuroprotetoras, auxiliando a redução da pressão ocular e na utilização de células tronco no tratamento da doença”, afirma a oftalmologista Gabriela Barreto.
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