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terça-feira, 12 de maio de 2009

LINFOMA PODE TER CURA QUANDO DIAGNOSTICADO PRECOCEMENTE




O linfoma é um tumor maligno que resulta do crescimento anormal de células do sistema linfático e é considerado a quinta causa de morte relacionada com cancro nos homens e a sexta causa de morte relacionada com cancro nas mulheres. “O diagnóstico da doença por vezes torna-se difícil, porque os sintomas podem ser confundidos com outras patologias. Os mais frequentes são cansaço, febre e gânglios aumentados desvalorizados por alguns doentes. Quando não são tratados adequadamente, alguns tipos de linfoma podem ser fatais em seis meses”.
Entretanto, hoje os maiores desafios são o desconhecimento sobre a doença e a dificuldade para a realização do diagnóstico precoce.

Quando um paciente com linfoma não-Hodgkin agressivo é diagnosticado precocemente, a chance de cura chega a 95%. Isto porque, apesar de se tratar de um câncer agressivo, o avanço da Medicina já proporciona ao paciente tratamento complementar à quimioterapia (anticorpo monoclonal) que é considerado uma droga inteligente, chamado de terapia-alvo – age diretamente na célula tumoral. Quando não proporciona a cura, o tratamento permite que o paciente conviva com a doença, mantendo a qualidade de vida. Estatísticas apontam que o linfoma não-Hodgkin afeta 1,5 milhão de pessoas em todo mundo.

Estudos científicos recentes mostram um novo caminho para o tratamento da doença. Considerado um marco no tratamento dos linfomas, um estudo com sete anos de seguimento no tratamento de pacientes com linfoma não-Hodgkin agressivo aponta que mais pacientes estão vivos devido à eficácia do tratamento com o anticorpo monoclonal rituximabe, que é associado à quimioterapia. A terapia é conhecida como R-CHOP (rituximabe + quimioterapia).

O resultado destaca o impacto que o medicamento proporciona aos pacientes com linfoma agressivo, comprovando que um maior número de portadores da doença tratados com o rituximabe (R-CHOP) consegue estabilizar a doença por até sete anos, se comparado apenas ao tratamento quimioterápico (CHOP).

O rituximabe é o primeiro anticorpo monoclonal, desenvolvido para pacientes com linfoma não-Hodgkin em todo mundo. Diferente da quimioterapia padrão que mata não somente as células doentes, mas ataca também células sadias, o anticorpo monoclonal age exclusivamente sobre as células responsáveis pela proliferação do câncer.

Com isto, além de poder oferecer aos pacientes maiores chances de cura com melhor qualidade de vida, possui boa tolerabilidade, não se observando os efeitos colaterais frequentes da quimioterapia (queda de cabelo, efeitos tóxicos no coração, rins, entre outros.)

Tratamento abrangente
Além do linfoma não-Hodgkin agressivo há outro tipo de linfoma, denominado indolente. Outra pesquisa que envolveu portadores deste tipo da doença evidenciou que o uso prolongado do medicamento diminuiu em 48% o risco de morte. A forma indolente representa aproximadamente 40% dos pacientes com linfoma e tem um desenvolvimento lento, porém é um tipo de tumor grave do sistema linfático.

Desafios além da Medicina
Apesar de todos os avanços terapêuticos, existem outros desafios no combate à doença: o desconhecimento sobre o linfoma e a dificuldade para a realização do diagnóstico precoce. Para se ter uma idéia, uma pesquisa realizada pelo DataFolha apontou que mais da metade dos brasileiros (66%) nunca ouviu falar do linfoma, que é o quinto tipo de câncer mais freqüente no mundo. Um dado ainda mais preocupante é que 89% dos que mencionaram ter ouvido falar dos linfomas (34%), desconhecem os sintomas da doença.

A pesquisa, encomendada pelo Laboratório Roche e que foi cedida para a Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, ouviu no ano passado 910 pessoas em 10 capitais, atingindo todas as cinco regiões do País. O objetivo principal foi avaliar o conhecimento dos brasileiros para um tipo de câncer que cresce aceleradamente no Brasil e no mundo a cada ano.

Ao contrário do que mostram os números em diversos países, 67% dos entrevistados acreditam que a leucemia é mais freqüente do que os linfomas.

Outro dado importante apresentado na pesquisa é que 32% dos entrevistados gostariam de obter mais informações sobre o que são os linfomas, 24% sobre os sintomas e 21%, as causas. Além disso, apenas 3% disseram que procurariam o hematologista para tratar a doença e 35% não saberiam quem procurar neste caso.

É caracterizada por um tipo específico de célula anormal chamada “Célula de Reed-Sternberg”. Este tipo de câncer pode esparramar-se ao longo do sistema linfático, afetando qualquer órgão ou tecido linfático no corpo. A doença de Hodgkin afeta as pessoas geralmente por volta dos 30 ou acima dos 50 anos de idade. A desordem atinge aproximadamente cinco em cada 100.000 pessoas.

Linfoma Não-Hodgkin

A maioria dos linfomas é do tipo Linfoma Não-Hodgkin. Em adultos, o Linfoma Não-Hodgkin afeta mais os homens que as mulheres, aparecendo freqüentemente entre as idades de 60 e 70 anos.

Ambos atacam mais as pessoas de raças brancas e na maioria homens. A taxa de incidência deste câncer está crescendo por razões desconhecidas.

Tipos diferentes de linfoma ocorrem em diferentes faixas etárias.

Na maioridade – O linfoma não-Hodgkin no adulto é classificado pelo tamanho, tipo e distribuição de células cancerosas nos linfonodos. Os três tipos são de 1. Baixo grau (de crescimento lento), 2. Grau intermediário e 3. Alto grau (agressivo).

Na infância – Os linfomas não-Hodgkin da Infância incluem o linfoma linfoblástico, o linfoma de células grandes, e os linfomas Burkitt e Não-Burkitt. Linfomas não-Hodgkin de alto-grau (agressivos) normalmente afetam as crianças e os adultos jovens.

Vários fatores podem contribuir para o desenvolvimento dos linfomas:
Fatores ambientais - Recentes estudos mostraram uma possível ligação entre os linfomas e a exposição a certas substâncias químicas como herbicidas e inseticidas. Estudos adicionais serão necessários.
Fatores genéticos - Estudos indicam que os pacientes com certas Síndromes de Imunodeficiência Genéticas (herdadas), como a síndrome de Wiskott-Aldrich, pode ter um risco aumentado para o desenvolvimento dos linfomas.
Infecções virais - Pesquisas sugerem ligações entre os linfomas e certos vírus, como o vírus de Epstein-Barr e o HIV. Por exemplo, um estudo descobriu que a doença de Burkitt está relacionada ao vírus de Epstein-Barr em quase todos os casos na África e em 15 por cento dos casos em todo o mundo. Pacientes infectados pelo HIV, especialmente aqueles já com AIDS, também estão mais suscetíveis aos linfomas Hodgkin e Não-Hodgkin.
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