* Dr. Celso Luiz Borrelli
O HPV é considerado o vilão da doença, pois, quando não detectado em sua fase inicial, pode evoluir para um estado crítico e levar à morte
O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que mais de 685 mil casos de HPV (Vírus do Papiloma Humano) sejam registrados a cada ano no Brasil. Dados do Instituto informam ainda que cerca de 18 mil novos casos de câncer uterino são registrados no país anualmente e que quatro mil mulheres morrem por ano em função da doença.
O HPV é um vírus que acomete principalmente nos órgãos genitais masculino e feminino e é transmitido, predominantemente, pelo contato sexual. Uma vez diagnosticado, o paciente apresentará uma das três formas de infecção do vírus: latente, em que nenhum sintoma é visível; sub-clínica, onde as lesões só podem ser percebidas por meio de exames, e clínica, estágio identificado pelo surgimento de verrugas nas genitais.
Segundo o Dr. Celso Luiz Borrelli (foto), coordenador do serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital San Paolo, o vírus é identificado por números e existe mais de 100 tipos diferentes de HPV já catalogados. Contudo, quatro deles merecem atenção especial: os 6 , 11, 16 e 18.
Os tipos 6 e 11 (foto) são responsáveis, principalmente, por lesões benignas, representadas por verrugas genitais, conhecidas popularmente como “cristas de galo”. Geralmente elas podem ser tratadas por meio de cauterizações, substâncias químicas ou aparelhos que se assemelham ao bisturi elétrico, com aplicação de anestésicos locais.
* Lesões nos órgãos genitais causados por HPV
Os outros dois tipos, 16 e 18, por sua vez, são os responsáveis pelas infecções sub-clínicas e que, quando não tratadas adequadamente, podem evoluir para um câncer genital, especialmente o do colo do útero.
Inicialmente, o câncer de colo de útero não gera sintomas e é chamado de “in situ”. Porém, Dr. Celso Borelli enfatiza que “mesmo não apresentando nenhum sinal evidente, a paciente pode detectá-lo por meio de exames preventivos, como o de Papanicolaou e a Colposcopia”.
Diagnosticado nesta fase, a doença pode ser tratada por cirurgias conservadoras, muitas vezes realizadas com anestesia local e sem necessidade de internação hospitalar. Além disso, há a preservação da fertilidade da mulher e 100% de cura.
Para o ginecologista, além dos exames preventivos, que devem ser realizados anualmente, é de extrema importância o uso de preservativos. “Pois essa é a maneira mais simples e fácil de prevenir o contágio. Ainda, é necessário que homens e mulheres fiquem atentos a qualquer alteração em sua genitália. Conhecer-se é dar valor a sua saúde e a do seu parceiro ou parceira”, finaliza.
*Image Assessoria*
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